O Promotor e A Advogada ( Finalizada )

Capitulo 20

Após eu intenrrogar a minha testemunha o Juiz perguntou se a defesa gostaria de interrogar a testemunha e como esperado ela aceitou, ela se levantou e foi até Clara.

Maiara: Maria, quantos anos você tem?

Clara: 16.

Maiara: Como se chama o seu pai. - Nessa hora eu entendi muito bem o que ela estava tentando fazer.

Eu: Protesto Meritissimo, a defesa está fazendo perguntas que não dizem respeito ao processo. - Eu sabia onde ela queria chegar.

Maiara: Meritissimo, eu tenho motivos para perguntar isso, o senhor e todos aqui presentes vão perceber que tenho razão. - Ela respondeu firmemente.

Juiz: Protesto negado, continue.

Maiara: Obrigado. Então Maria, como se chama o seu pai?

Clara: Diego.

Maiara: Seu pai conhece o promotor?

Clara: Sim, são amigos de infância. - ouço um burburinho na plateia.

Maiara: Naquela noite, o local que você diz ter visto o réu enterrando a moça estava escuro com certeza, como pode afirmar que viu exatamente esse homem aqui?

Clara: Estava escuro mesmo mas como eu disse, ele usou os faróis para iluminar o lugar e ficou bem na frente da luz enquanto fazia o buraco, eu consegui ver muito bem o rosto dele.

Maiara: E o seu namorado, não quis testemunhar?

Clara: Ele estava com muito medo então preferiu não vir.

Maiara: Seu namorado não conhece o promotor?

Clara: Não!

Maiara: Sem mais perguntas Meritissimo.

Ela disse e voltou pro seu lugar, assim que me olhou eu não conseguia encarar ela, eu estava horrorizado.
Minha namorada, o amor da minha vida estava usando tudo o que eu disse a ela para jogar o Júri contra mim.
Eu confiei nela, tudo o que disse foi em segredo, não pensei que ela fosse capaz de fazer isso. Ela com certeza irá plantar a dúvida na cabeça dos jurados sobre a Clara, vai fazer eles pensarem que ela está aqui somente por ser filha do meu amigo.

Se os jurados acreditassem no que ela estava tentando dizer eu não teria chances alguma de ganhar e o réu seria inocentado, eu precisava fazer alguma coisa, só não sabia o que, foi quando o Juiz me deu uma ideia.

Juiz: Devido a falta da testemunha Dona Vera, vamos suspender o julgamento para amanhã as dez.

Todos começaram a se levantar e sair do salão, os policiais levaram Ricardo e eu comecei a juntar as minhas coisas enquanto pensava em no que fazer.
Quando dei por mim o local já estava vazio, peguei minhas coisas e quando estava saindo do meu lugar ouço Maiara me chamar.

Mai: Fernando? - Eu estava com muita raiva.

Eu: Não fala comigo agora, eu estou com muita raiva.

Mai: A gente prometeu que não íamos deixar o trabalho interferir no nosso relacionamento.

Eu: Você mesma fez isso quando usou uma coisa que eu lhe disse em casa pra tentar colocar o Júri contra mim.

Sem querer eu falei um pouco mais alto do que eu queria, nunca tinha gritado com ela e vi como ficou assustada.
Aqui na minha frente não estava a Advogada destemida que eu acabei de ver trabalhando e defendendo o seu cliente mas sim a minha namorada, sensível e doce que confiou em mim pra ser o seu amor mas eu acabo de decepcioná-la.

Sai do salão sem falar mais nada e fui até a sala do Maurício, eu precisava da permissão dele pra fazer uma coisa, espero que ele concorde, algo me dizia que a falta da Vera aqui hoje não foi por estar se sentindo mal.

Eu: Maurício posse falar com você?

Maurício: Claro, entre.

Eu: Gostaria que me desse permissão para ir até a boate e conversar com a Vera.

Maurício: Mas por que?

Eu: Não acho que o motivo da sua falta seja a saúde.

Maurício: Por você ser o promotor eu não devia concordar mas sendo um cidadão não posso impedir.

Eu: Obrigado.

Maurício: Só não se apresente como o Promotor.

Eu: Tá bom.

Sai da sala dele e ao sair do fórum notei que muita gente ainda estava ali, fui até meu carro e assim que consegui passar pela multidão eu fui pra minha casa.
Já passava das 5 da tarde então fui comer alguma coisa, depois tomei um banho eu decidi ir até a boate mas antes precisava passar na casa da Maiara e me desculpar.

Maratona: 3/10