Maiara*
Eu estava deitada na cama e não conseguia parar de chorar, não me arrependo de não ter contado antes, olha só o jeito que ele reagiu, eu só estava tentando proteger ele pois sei que iria querer brigar com o Matheus.
Ouço ele bater na porta e avisar que o jantar estava pronto, seu tom de voz estava tão frio, está doendo muito ver ele me tratar assim, continuo chorando até ele não bater mais na porta.
Algum tempo depois ele me chama novamente e diz que tem um cobertor na porta pra mim, realmente aqui dentro não tem nenhum, mas eu não vou pegar, não quero nada que venha dele.
Passo a noite toda em claro, com fome e lembrando das palavras dele, quando está amanhecendo eu me rendo ao cansaço e acabo dormindo.
Acordo não sei quanto tempo depois com muita dor na barriga, acho que minha menstruação veio, vou ter que sair do quarto pra tomar um banho e comer alguma coisa.
Quando penso em sair do quarto ouço ele me chamar, meu corpo gela com ele me chamando de amor, as lágrimas caiam no meu rosto com força, aí me lembro que hoje é meu aniversário, dia que meus pais morreram e pior dia da minha vida.
Respiro fundo, destranco a porta e olho no corredor, estava vazio, saio do quarto e vou até o quarto dele, ele não estava, pego uma roupa e vou pro banho, depois eu me troco e saio do banheiro, vou até minha bolsa e procuro um remédio pra cólica.
Assim que pego o remédio eu desço as escadas, quando chego na sala vejo ele sentado no sofá, passo por ele em silêncio e vou pra cozinha, tomo o remédio e me sento na cadeira apoiando a cabeça nos braços, eu estava com muita dor.
Depois de um tempo ali eu fui pro quarto dele, começo a arrumar as minhas coisas, guardar as roupas na mala pois iria embora, vou procurar um apartamento pra mim, não quero ficar aqui sendo que ele não confia em mim.Fer: A gente pode conversar? - Ouço sua voz próxima a mim e olho pra trás, ele estava parado na porta.
Eu: Não tem mais o que conversar. - Viro de costas novamente e continuo arrumando as minhas coisas.
Fer: O que tá fazendo?
Eu: Arrumando as minhas coisas, vou procurar um apartamento pra mim, acredito que não me queira mais aqui.
Fer: É claro que eu quero, tudo o que eu mais quero é você aqui comigo.
Eu: Depois de tudo que você me disse ontem?
Fer: Me desculpa, eu estava nervoso. Não devia ter acreditado no idiota do Matheus, me perdoa meu amor. - Começo a chorar e ele me abraça.
Eu: A base de um relacionamento é a confiança e você não confia em mim.
Fer: É claro que eu confio, mas eu fiquei com raiva por que você sempre esconde as coisas de mim. - Continuo chorando nos seus braços.
Eu: Eu não podia contar, não queria te prejudicar.
Fer: Por que não me disse que hoje era seu aniversário? - Nessa hora eu me solto dos seus braços e viro de costas novamente.
Ele vem até mim e me vira de frente pra ele novamente, limpa as lágrimas que caiam no meu rosto e beija a minha testa.
Fer: Por que não me disse que hoje era seu aniversário?
Eu: Por que não gosto de comemorar, não gosto de lembrar desse dia.
Fer: Mas por que, o nosso aniversário é uma data tão especial.
Eu: Não quando seus pais morreram nesse dia.
Termino de falar e começo a chorar novamente, me sento na cama e cubro o meu rosto com as mãos, ele se senta ao meu lado e me abraça.
Fer: Seus pais morreram no dia do seu aniversário?
Eu: Sim.
Fer: O que aconteceu?
Eu: Foi a dois anos atrás, eu estava na minha casa e eles disseram que iriam me visitar pra gente jantar juntos, eu nunca gostei de comemorar meu aniversário mas eles faziam questão. - Dou uma pausa pra tentar parar de chorar. - Naquele dia tava chovendo muito, meu pai perdeu o controle do carro e ele acabou capotando, eles não resistiram e morreram no local.
Fer: Eu sinto muito, sinto muito mesmo.
Eu: Eu odeio esse dia.
Fer: Foi por isso que você disse ontem que esses dias não poderiam estar sendo pior?
Eu: Eu só queria chegar aqui e sentir que tinha você, eu precisava de um abraço, de um colo. Mas aí eu chego e você não olha nem na minha cara, me trata mal e eu nem sabia o por que.
Fer: Me perdoa por favor, eu deveria ter acreditado em você. - Ele me abraça novamente e faz carinho em mim.
Eu: O que te fez mudar de ideia?
Fer: Eu fui até o fórum, olhei a imagem das câmeras e Danilo disse que vamos denunciar o Matheus.
Eu: Ah tá.
Fer: Comprei uma coisa pra você, vamos lá na cozinha.
Eu: Eu não quero presentes, já disse que não gosto do meu aniversário.
Fer: Vem por favor.
Me levanto e ele me abraça, me beija e depois me leva pra sala, tinha um buquê de flores em cima do sofá que eu não tinha visto antes, ele pega e me entrega, me dá mais um beijo e diz o quanto me ama.
Fer: Feliz aniversário meu amor, sei que não gosta de comemorar mas eu quero fazer parte disso com você, quero tirar esse trauma de você. Pensa nos seus pais, em como eles estariam felizes agora pelo seu aniversário, eles não iam querer que você ficasse triste. - Deixo uma lágrima escorrer e ele enxuga.
Eu: Obrigado.
Fer: Eu te amo muito, mais uma vez me desculpa.
Eu: Também te amo.
Fer: Vamos ora cozinha, vou fazer seu café da manhã.
Eu: Mas está quase na hora do almoço.
Fer: Então vou fazer o seu almoço.
Fomos pra cozinha e eu me sentei, ele começou a cozinhar e a todo momento parava o que estava fazendo pra me fazer carinho e me beijar, ele me pede pra eu pegar algo na geladeira e quando eu abro vejo um bolo na dentro, olho pra ele que estava sorrindo pra mim.
Eu: Que isso?
Fer: É pra você, tava pensando em chamar o Pablo e a Dani pra vir aqui e a gente comemorar o seu aniversário, o que acha?
Eu: Não sei.
Fer: Amor é seu aniversário.
Eu: Tá pode ser.
Ele sorri e volta a fazer o almoço, entrego o que ele tinha pedido e me sento novamente, quando ele termina o almoço ele me serve e depois se serve também, se senta ao meu lado e almoçamos juntinhos.
Contei a ele sobre a minha dor e ele perguntou se eu tinha tomado remédio, digo que sim e ele me chama pra deitar na cama, ele fica me fazendo carinho até me fazer dormir.
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O Promotor e A Advogada ( Finalizada )
FanfictionFernando Zor, tem 36 anos e é o melhor Promotor de justiça de sua cidade, nascido em Rondônia mas atualmente mora em São Paulo, sempre teve uma vida humilde, seu pai morreu quando ele ainda tinha dois anos, ele sonha em encontrar a mulher da sua vid...