Fernando*
Saí da casa da minha baixinha mais aliviado, ainda bem que ela me ouviu e me desculpou, a carinha dela achando que eu não a queria maus partiu meu coração, ela é tão inocente e tão pura, minha bebezinha.
Estou agora indo até a boate, de certa forma eu sinto como se estivesse traindo ela por não contar onde vou, mas o medo dela usar isso contra mim de novo me assusta, talvez eu fale com ela mais tarde se eu conseguir tirar alguma coisa da Vera.
Enquanto dirigia até a boate eu coloquei uma música pra tentar me distrair mas foi em vão pois meus pensamentos estavam no julgamento e no que aconteceu hoje no tribunal.
Embora eu tenha a minha testemunha as coisas não estavam muito bem pro meu lado, as pessoas pareciam não acreditar em mim e ali eu pude ver que a Maiara fazia jus a fama de nunca perder um caso.
Chego em frente da boate que por sinal é muito bonita, observei a entrada do lugar e lá em cima podia ver o letreiro com o nome da boate, os seguranças esgavam na porta e o lugar não estava aberto ao público, afinal as meninas estavam em Rondônia para o julgamento.
Me aproximei de um dos seguranças torcendo para que ele me deixasse falar com a Vera, ela é praticamente o braço direito do Ricardo e tenho certeza que está aí.Eu: Boa noite, preciso falar com a gerente Vera.
- Desculpe senhor mas a boate está fechada e a gerente está indisposta, não receberá ninguém.
Eu: Eu preciso muito falar com ela, é sobre o Ricardo.
Quando disse do que se tratava eu pude ver eles se olhares e um dos seguranças falar algo num rádio, por sorte ela liberou a minha entrada.
Eles me registaram pra ver se eu não estava armado e por fim me deixaram entrar, passei pela porta e pude notar que o lugar era muito chique, salão era enorme, tinham várias mesas espalhadas pelo lugar, um palco com aparelhos de som. A iluminação era fraca e colorida, o clima era de prostituição, fiquei olhando em volta e pensando nas coisas que aconteceram aqui.- Não sei quem você é mas fale logo pois estou com muita dor de cabeça. - Era a Vera.
Eu: Boa noite senhora, me desculpe incomoda-la mas é importante.
Vera: Fale logo.
Eu: Moro em Rondônia e estou acompanhando o julgamento do Ricardo.
Vera: É assistente da Dra. Maiara? - Pensei em dizer que sim mas não seria justo mentir.
Eu: Assistente não, sou namorado dela, mas ela não sabe que estou aqui.
Vera: E o que você quer?
Eu: Gostaria que me falasse um pouco sobre a vida dele, afinal está sendo acusado de assassinato.
Vera: Acusado inocentemente.
Eu: A senhora poderia me falar um pouco dele? - Não sei por que mas ela aceitou.
Vera: Sente-se vou pegar um café pra gente.
Eu: Obrigado Dona Vera.
Ela se afastou e foi até um canto do sala o onde tinham algumas máquinas, serviu dois cafés e voltou pra perto de mim, me entregou uma das xícaras e se sentou.
Vera: Como o Ricardo está?
Eu: Na medida do possível bem, porém está triste pelo que vem acontecendo. - Acho que a ideia de falar que sou namorado da Maiara está dando certo.
Vera: Coitado, ele é um homem tão bom, não devia ser acusado por uma crueldade dessa. - Ela falava dele com tanto carinho, desconfio de algo.
Eu: A senhora conhece ele a muito tempo?
Vera: Sim, a muito tempo e por isso posso dizer com total certeza que ele não matou aquelas moças.
Eu: A senhora poderá dizer isso amanhã no julgamento e quem sabe consiga inocentá-lo.
Vera: Tomara que sim, eu queria muito ter ido hoje mas passei o dia todo deitada, não estava me sentindo bem.
Eu: Entendo, mas me tire uma dúvida, como conheceu Ricardo? Pois pelo que vi todas as meninas trabalham aqui a pouco tempo, e a senhora?
Vera: Conheci Ricardo a muitos anos, eu era bailarina em uma academia de dança e um dia ele apareceu lá e começou a conversar comigo, eram os jovens e eu gostei do jeito dele.
Nos tornamos amigos e ele me disse que queria montar uma boate e me pediu pra ir trabalhar pra ele, meus pais não aceitaram então eu saí de casa e vim trabalhar com ele, acabei me apaixonando e estou aqui até hoje. - Eu sabia que tinha algo a mais entre eles.Eu: Que legal, então se casaram?
Vera: Não, nunca falamos disso. Ele é muito mulherengo e não se prende a uma mulher só.
Eu: Mas ele a ama?
Vera: Queria muito que amasse mas ele apenas gosta muito de mim e me trata muito bem, e isso pra mim já é o suficiente.
Eu: Entendo e admiro sua dedicação a ele, não deve ser fácil amar alguém e não poder ficar com ela.
Vera: Agora ele é mais meu do que antes, já está velho e não tem mais tempo pra tantas aventuras, tem sido um bom companheiro mas sei que ainda ama outra mulher.
Eu: Como assim?
Vera: Ele ainda é muito apaixonado por uma mulher que ele trouxe pra cá a muito tempo, mas ela desapareceu e ele nunca mais a viu.
Eu: E a senhora conheceu essa mulher? - Comecei a pensar que haviam mais vítimas no caso.
Vera: Claro que conheci, nós brigamos muito por causa dela. Ela engravidou dele então ele resolveu levar ela pra morar em outro lugar, eu brigava muito por causa dela e ele não queria que ela assistisse nossas brigas.
Eu: Como se chamava essa mulher?
Vera: Emília Fernandes, ela foi o grande amor da vida dele, até hoje ele ainda fala dela.
Eu: Por que ela fugiu dele?
Vera: Não sei também, teve um dia que ele chegou aqui chorando e me disse que ela havia fugido do apartamento que ele tinha comprado pra ela.
Eu: Me desculpe fazer a senhora lembrar disso.
Vera: As vezes é bom desabafar, o senhor é muito gentil, Maiara é uma mulher de sorte.
Eu: A senhora conhece a Maiara pessoalmente?
Vera: Sim, ela já veio aqui umas duas vezes depois que aceitou o caso do Ricardo, ela é uma pessoa muito querida.
Eu: Ela é maravilhosa mesmo, eu a amo muito.
Vera: Me acompanhe, quero te mostrar uma foto da Emília.
Acompanhei ela até o escritório do Ricardo e ela me pediu pra entrar, observei bem o local e também vi que ela pegou um porta retrato que estava em cima da mesa dele, ela me entregou e quando meus olhos viram de quem se tratava eu quase tive um treco, senti meu corpo todo se arrepiar e não sabia o que dizer.
Maratona: 5/10
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O Promotor e A Advogada ( Finalizada )
FanfictionFernando Zor, tem 36 anos e é o melhor Promotor de justiça de sua cidade, nascido em Rondônia mas atualmente mora em São Paulo, sempre teve uma vida humilde, seu pai morreu quando ele ainda tinha dois anos, ele sonha em encontrar a mulher da sua vid...