Capítulo 67

1K 111 47
                                    

Maiara*

Depois que cheguei do supermercado na quarta feira eu fui olhar meu celular e tinha muitas ligações do Fernando, tentei retornar mas ele não me atendeu, ele deve ter ficado bravo por eu não ter atendido mas é que eu saí de casa sem o celular quando fui ao supermercado com a Dona Maria.
Já na quinta feira eu liguei pra ele e dessa vez ele atendeu mas foi super grosso comigo, perguntei o que tinha acontecido e ele disse que não era nada, estranhei sua atitude pois ele não me trata assim.
Passei a quinta feira bem pensativa, não sei o que aconteceu pra ele estar assim comigo, pedi pra ele me pegar no aeroporto amanhã e ele disse que iria mas estava sem empolgação nenhuma.
O dia amanhece e minhas coisas já estavam todas prontas, passo quase o dia todo deitada na cama e pensando na conversa que ele quer ter quando eu chegar lá, será que ele quer terminar? Não vou suportar ficar sem ele de novo.
Me arrumei e fui pro aeroporto, meu voo sairia as 6 da tarde, pego minhas malas com a ajuda do taxista e saio do apartamento, entrego a chave na recepção e vou pro aeroporto.
Assim que chego lá meu vôo é anunciado, embarco e algumas horas depois eu pouso em São Paulo, ando pelo aeroporto a procura dele e o vejo parado me olhando.
Dou um sorriso quando eu o vejo pois estou com muita saudade mas ele não esboça nenhuma reação, vou até ele com um certo frio na barriga e o abraço.

Eu: Oi amor. - O abraço mas ele não retribui. - Tá tudo bem?

Fer: Em casa a gente conversa.

Eu: Aconteceu alguma coisa?

Fer: Me diz você.

Eu: Não tô entendendo, tá bravo comigo?

Fer: Em casa a gente conversa.

Ele pega as minhas malas e sai andando na minha frente, vou atrás querendo chorar, não sei o que fiz pra ele estar sendo tão frio assim comigo, justo hoje que eu queria tanto um apoio, amanhã é um dia difícil pra mim.
Fomos o caminho todo em silêncio, eu já estava muito angustiada, chegamos na casa dele, ele pegou minhas malas e deixou ma sala, ele foi direto pro quarto, fui atrás e coloquei minhas malas num canto do quarto.

Eu: Amor, me diz o que ta acontecendo.

Fer: Você jura que não sabe?

Eu: Não, eu fiz alguma coisa? - Vejo ele rindo.

Fer: Você ainda pergunta.

Eu: Então me fala o que eu fiz pois eu não sei.

Fer: Ah não sabe? - Balanço a cabeça que não. - Não sabe que me traiu com o Matheus? Que me traiu com ele no dia da audiência, e que foi ele quem deixou esse roxo no seu braço.

Eu: O que? Tá maluco Fernando.

Fer: Eu tô maluco? Vai mentir pra mim até quando Maiara?

Eu: Eu não tô mentindo, eu não fiquei com ele.

Fer: Eu não acredito.

Nessa hora eu já estava chorando, isso só podia ser um pesadelo, não acredito que o Matheus fez isso, que ódio desse verme.

Eu: Eu não te trai, jamais faria isso com você, eu te amo.

Fer: Será que ama mesmo?

Eu: Você mais do que ninguém deveria saber disso, você foi o meu primeiro homem, eu me entreguei pra você como nunca fiz com nenhum outro.

Fer: E aí me traiu.

Eu: Eu não te trai, mas que saco. - Eu estava chorando muito.

Fer: Então por que você estava estranha quando eu fui te buscar, por que tá com esse roxo no seu braço, por que mentiu pra mim dizendo que não sabia como tinha feito. - Ele passa as mãos no cabelo nervoso. - E como o Matheus sabia que você estava com essa mancha no braço.

Eu: Por que foi ele quem fez. - Confessei, eu já não aguentava mais ser acusada de algo que não fiz.

Fer: Agora resolveu confessar.

Eu: Ele fez por que tentou me agarrar a força, me agarrou a força e ainda passou suas mãos no meu corpo, foi por isso que eu estava diferente quando você foi me buscar.

Fer: Ah conta outra Maiara.

Eu: É sério que você tá desconfiando de mim? Você mesmo viu ele te provocando no dia da festa, viu ele se jogando pra cima de mim. Pergunta pro Danilo que horas acabou a audiência e você vai ver que eu te liguei logo em seguida, pede também pra ele te mostrar as câmeras de segurança da sala.

Fer: Se isso que você tá falando é verdade por que não me contou?

Eu: Por eu te conheço, você ia querer ir lá e acabar com ele, o fórum tava cheio de policiais e advogados, eu não queria prejudicar o seu trabalho.

Fer: Você deveria ter contado.

Eu: E você ia acreditar em mim? - Ele não me responde. - Pelo visto não, meu Deus esses dias não poderiam estar sendo piores.

Fer: O que quer dizer com isso?

Eu: Não importa. - Digo com a voz embargada.

Vou até a minha mala, pego uma roupa e vou pro banho, me sento no chão e me permito chorar muito.
Depois de quase uma hora no chuveiro eu termino meu banho e saio enrolada numa toalha, não vejo ele no quarto e então me troco, saio dali e vou pro quarto de hóspedes que tinha ao lado, tranco a porta e me deito na cama e começo a chorar novamente.

O Promotor e A Advogada ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora