Capítulo 28

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Fernando*

Quando a Vera confessou que matou as mulheres eu fiquei em choque, queria saber do por que dela ter feito isso.
Maiara e eu nos olhamos mas ela desviou o olhar, a plateia começou a trocar informações entre eles, uma achavam que ela estava falando a verdade e outros que ela estava mentindo.
O Juiz tentou por diversas vezes fazer o pessoal se acalmar mas não obteve sucesso, foi quando ele pediu pros policiais entrarem e fazer a plateia se acalmar.

Ricardo estava assustado, parecia não acreditar no que Vera tinha feito agora a pouco, mas ambos sabiam que ela havia feito isso por amor a ele, o que nos prova mais uma vez que ele é sim o culpado.
A plateia começou a fazer silêncio e os policiais saíram do salão, o Juiz voltou a se sentar e foi aí que Ricardo gritou.

Ricardo: O que está fazendo Vera, ficou louca? Você não matou ninguém.

Vera: Querido está tudo bem, eu cometi um crime e estou assumindo, devo pagar por eles. - Ela falava com tanta convicção que eu estava ficando confuso.

Juiz: Senhor Ricardo Por favor fique calado, o senhor só deve falar quando algo lhe for perguntado. - Disse o Juiz. - Doutora Maiara, continuepor favor.

Maiara: Dona Vera a senhora está sob julgamento, poderá ser condenada se não falar a verdade.

Vera: Mas eu estou dizendo a verdade.

Maiara: Deixa eu te explicar uma coisa. A senhora não precisa fazer isso, nós sabemos que o Ricardo é inocente e a senhora também, sei que o ama e esta com medo dele ser condenado injustamente e por isso tomou essa atitude desesperada.

Eu: Protesto! A defesa está induzindo a testemunha em vez de interrogá-la. - Gritei.

Juiz: Protesto aceito. Doutora, limite-se somente em interrogar a testemunha.

Maiara me olhou com um olhar de ódio, era nítida a raiva que ela estava sentindo de mim, nesse momento eu tinha consciência que estava perdendo o caso e a mulher que eu amo.

Maiara: Desculpa Meritissimo, diante da situação psicológica da testemunha, percebo que não devo perguntar mais nada.

Após dizer isso ela voltou pro seu lugar e se sentou, ela cochichou alguma coisa com o Ricardo e depois endireitou sua postura, não posso deixar de admitir que ela fez uma pausa inteligente.

Juiz: A acusação que interrogar a testemunha? - Ele pergunta pra mim.

Eu: Sim Meritissimo.

Me levanto, respiro fundo e olho para todas as pessoas ali presentes e me aproximo da testemunha.

Eu: Dona Vera, sei que a senhora deve estar chateada comigo por eu não ter contado ontem a noite lá na minha boate a minha real função.

Vera: O senhor é um finjido, mentiroso, foi lá na boate ontem com essa cara de bom moço pra ver se descobria alguma coisa pra incriminar o meu homem. Ainda bem que a Doutora terminou o namoro com você, ninguém merece estar com alguém que mente tanto assim. - A plateia começou a rir.

Eu: Dona Vera eu peço desculpas por não ser honesto com a senhora, mas também não cometi nenhum crime, apenas fui até a boate como namorado de uma advogada para colher algumas informações. Não te obrigue a nada e também não lhe desrespeitei em momento algum.

Vera: É, isso é verdade.

Eu: Muito bem! A senhora agora promete que vai dizer somente a verdade?

Vera: Sim, prometo.

Eu: A senhora matou mesmo aquelas mulheres?

Vera: Sim, matei.

Eu: Por que?

Vera: Por ciúmes, elas se aproximavam pelo Ricardo e ele também acabava dando atenção a elas. Então, para não perder ele eu as matava.

Eu: Ontem a senhora me disse que Ricardo era apaixonado por aquela mulher da foto e não sentia ciúme dela pois sabia qual era seu lugar na vida dele.

Maiara: Protesto, a acusação está usando fatos não existentes no processo.

Juiz: Protesto aceito, Dr. limite-se ao que diz respeito ao processo.

Eu: Está bem Meritissimo. Dona Vera não precisa responder nada sobre a foto. Mas me diga uma coisa, se o Ricardo foi visto enterrando o corpo de uma das mulheres, então ele sabe que quem as matou foi a senhora?

Vera: Sim sabe, mas ele não tem culpa, eu o mandava enterrar os corpos bem longe.

Eu: Última pergunta. - Me posicionei em sua frente, ficando entre ela e o Ricardo. - Como a senhora matou aquelas mulheres?

Como eu imaginei, ela tentou olhar pro Ricardo na intenção de obter alguma resposta mas não teve sucesso.

Vera: Eu tenho um revólver na boate, o senhor sabe que aparece por lá homens querendo bater nas mulheres então precisamos ter algo pra nos defender.

Eu: Então a senhora matou essas mulheres com um revólver? Atirou nelas?

Vera: Sim, atirei.

Todos ali estavam querendo rir das palavras dela, pois estava na cara que ela não sabia como as mulheres haviam sido mortas.

Eu: Dona Vera, a perícia médica nos mostrou que as mulheres foram mortas por estrangulamento, portanto a senhora está mentindo.

Ela ficou pálida e com os olhos arregalados, parecia que ia desmaiar, foi quando eu tive uma ideia.

Eu: Preste atenção Dona Vera, a senhora sabe que pode ser punida por mentir no julgamento.

Vera: Me desculpa por favor, eu estava apenas tentando livrar o meu homem da cadeia, eu menti por amor.

Eu: Eu sei, tenho certeza disso.

Foi quando eu resolvi fazer um pedido ao Juiz.

Eu: Senhor Juiz, gostaria de fazer um pedido.

Juiz: Faça.

Eu: Aquela foto é uma peça muito importante que pode nos ajudar a desvendar muitas coisas aqui hoje, portanto peço que o Senhor permita que a testemunha fale sobre aquela foto, em troca do perdão por ter mentido no testemunho.

Juiz: Pedido aceito, continue.

Eu: Obrigado Meritissimo.

Ricardo: Eu falei pra você não por essa foto no meio. - Ele gritou.

Eu: E eu falei pra você dizer a verdade aqui na hora do julgamento, mas você não quis me obedecer.

Ricardo voltou a se sentar e aparentemente estava torcendo para que Vera não dissesse toda a verdade.

O Promotor e A Advogada ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora