Fernando*
Eu estava boquiaberto com o total profissionalismo da Maiara, ela realmente era uma excelente profissional.
Vejo ela chamar a sua testemunha e começar a interrogá-la, ela começou perguntando em como Jessica conheceu Ricardo, depois perguntou como era o comportamento dele com as funcionárias e até agora era só elogios.
Em algum momento eu pensei em perguntar a testemunha se alguma delas se relaciona com ele, ou se ele as obriga a fazer sexo com ele mas quando finalizei meu pensamento ela mesma perguntou me fazendo ficar surpreso.
Ela estava correndo o risco de prejudicar seu cliente e mesmo assim fez seu trabalho, isso me fez perceber que ela sempre procura fazer o certo, age de forma correta.Quando ela finalizou seu interrogatório o Juiz me perguntou se eu gostaria de interrogar a testemunha, óbvio que eu gostaria.
Eu: Sim Meritissimo.
Me levantei e fui até o Meritissimo, fiz as saudações ao Juiz, a Advogada de defesa e aos jurados, feito isso eu caminhei até a testemunha e o silêncio era tanto que eu conseguia ouvir o barulho que meus sapatos faziam conforme eu andava.
Parei de frente pra ela e olhei em seus olhos, pude notar que ela estava muito emocionada e trêmula, com certeza estava nervosa e com medo, me aproximei e entreguei um papel a ela.Eu: Jessica, você disse agora a pouco que nenhuma das meninas conhecem as vítimas certo?
Jessica: Sim. - Ela disse com os olhos arregalados.
Eu: No processo consta uma lista com 18 testemunhas, sendo todas funcionárias da boate, inclusive uma delas tem 58 anos, ela se chama Vera e trabalha como gerente da boate, ela também não conhecia as vítimas? - Pergunto e ela começou a chorar de forma desesperada.
Jessica: Me desculpa eu me esqueci dela, me desculpa eu não quis mentir. A Vera trabalha lá a muitos anos e sim, ela conheceu as meninas.
Eu: Fique calma, sei que pode ter se esquecido dela. Agora me diga, você sabia que seu patrão tem uma casa aqui em Rondônia?
Jessica: Não, eu nunca soube de casa nenhuma.
Eu: Sem mais perguntas Meritissimo.
Antes de me sentar eu passei em frente ao seu e o olhei, o mesmo me encarava como se quisesse me matar, passo por ele e volto pro meu lugar.
E assim seguiu a audiência, todas as testemunhas que estavam listadas entraram e disseram a mesma coisa, ou elas estavam muito bem treinadas pra não falar o que sabiam ou elas realmente não sabiam de nada.
Quando chegou a vez da última testemunha entrar, sendo ela a Dona Vera, vejo Maiara se levantar e ir até o Juiz, ela fala alguma coisa bem baixinho pra ele, entregou um papel e logo volta pro seu lugar, então o Juiz começou a ler em voz alta.Juiz: Promotor e caríssimos jurados, vejo aqui um pedido de defesa para que dona Vera seja interrogada amanhã, a mesma apresentou um atestado médico alegando não estar bem e portanto não poderá comparecer, a acusação concorda?
Fiquei surpreso com isso mas não há o que fazer, não posso ir até a casa da mulher e obrigar ela a vir aqui.
Eu: Sim, concordo.
Juiz: Muito bem, então teremos o depoimento da Dona Vera amanhã, peço agora que a acusação chame sua testemunha.
Pedi para que Clara entrasse, ela estava usando disfarce e por questão de segurança será chamada de Maria, não daria pro réu reconhecer ela e isso me deixa mais aliviado.
Após fazer o juramento ela se sentou e seus olhos não saia do Ricardo, era nítido o seu medo e eu a entendo mas devido ir até ela para tentar tranquilizá-la.Eu: Maria fique calma, tudo o que tem que fazer é somente dizer a verdade.
Clara: Tá bom.
Eu: Muito bem, diga com calma tudo o que você viu aquela noite.
Clara: Eu estava no local com o meu namorado, a gente sempre costuma ficar ali por perto por ser mais sossegado, até que de repente a gente viu um carro vindo em nossa direção e então nos escondemos atrás de outro carro.
Ficamos olhando os movimentos da pessoa do carro, ele deixou os faróis acesos de uma forma que iluminava o lugar onde ele começou a cavar com uma enxada ou algo parecido. Depois de tudo pronto ele voltou pro carro e carregou um corpo de uma mulher, ela estava toda mole e parecia estar desmaiada, foi quando vimos ele jogar o corpo dela no buraco e depois cobrir com a terra.
Nós pensamos em correr e pedir ajuda mas ficamos com medo dele nós ver.Eu: E o que vocês fizeram?
Clara: Ficamos ali até ele acabar de cobrir o buraco com terra, depois entrar no carro e ir embora.
Eu: Sabe me dizer qual era o carro?
Clara: A única coisa que sei é que era um carro grande, parecia ser novo e escuro.
Eu: Você seria capaz de reconhecer esse homem se encontrá-lo?
Clara: Sim.
Eu: Esse homem está aqui agora?
Clara: Sim. - Ela disse com a voz trêmula e abaixou a cabeça.
Eu: Pode nos mostrar quem é esse homem?
Clara: É aquele senhor ali.
Ela apontou para o Ricardo, no mesmo instante a plateia começou a comentar e o Juiz mais uma vez pediu silêncio, até que vejo Ricardo ficar em pé e começar a gritar.
Ricardo: Menina mentirosa. - Os policiais fizeram ele se sentar e eu vejo Maiara cochichar algo em seu ouvido.
O Juiz bateu o martelo e pediu para eu prosseguir então continuei a interrogar a minha testemunha.
Eu: Você já tinha visto esse homem na cidade?
Clara: Sim, ele tem uma casa bem bonita no fim da rua principal, mas não fica lá todos os dias.
Eu: Depois que o homem foi embora, o que você fez?
Clara: Fomos correndo pra casa, eu estava muito assustada. Assim que chegamos eu contei tudo o que tinha acontecido pros meus pais e ele me convenceu a fazer a denúncia anônima.
Eu: Muito obrigada Maria, sem mais perguntas Meritissimo.
Agradeço e volto pro meu lugar.
Maratona: 2/10
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Promotor e A Advogada ( Finalizada )
FanfictionFernando Zor, tem 36 anos e é o melhor Promotor de justiça de sua cidade, nascido em Rondônia mas atualmente mora em São Paulo, sempre teve uma vida humilde, seu pai morreu quando ele ainda tinha dois anos, ele sonha em encontrar a mulher da sua vid...