Maiara*
Finalizei o meu discurso e voltei pro meu lugar, agora era a vez do Fernando dar a palavra dele. Vejo ele se levantar e andar até o meio do tribunal batendo palmas, sei que estava fazendo isso para me provocar, mas não vai conseguir.
Fernando: Parabéns Doutora Maiara, nobre defensora dos fracos e oprimidos. Se a senhora falasse mais um pouco estaria me colocando no banco do réu e me condenando pelo crime das mulheres. - A plateia começou a rir e eu me irritei.
Eu: Protesto Meritissimo! O senhor vai permitir esse tipo de piada no tribunal?
Fernando: Meritissimo por favor, quero fazer um pedido, eu não atrapalhei e nem Interrompi a fala da defesa. Portanto gostaria de não ser interrompido.
Juiz: Protesto negado! Dra. Maiara, agora é a vez dele, fique calma. - Que raiva, eu mato o Fernando.
Fernando: Obrigado Meritissimo. Senhores jurados, tenho certeza que estão me julgando um monstro, um insensível, um homem com um coração de pedra. Isso é tudo que a defesa quer que os senhores pensem de mim. Mas não estou contra ela, pois entendo que quando uma pessoa se propõe a defender seu cliente, precisa encontrar todos os meios possíveis para conseguir seu objetivo, ate mesmo humilhar e caluniar o seu ex namorado, seu colega de trabalho, a imagem da Promotoria e Defensoria Pública.
Aqui eu represento aquelas mulheres que hoje não podem falar, seria ótimo se elas pedissem licença pra Deus e viessem aqui para dizer por que este homem fez aquelas barbaridades com elas.A plateia começou a rir novamente, que ódio, eu estava com muita raiva do Fernando, queria muito interromper ele mas não podia, era ordem do Juiz.
Fernando: Muito bem, todos aqui devem saber que eu e a Maiara éramos namorados, mas ela terminou o nosso namoro e sabem por que? Por que eu disse a ela que tinha a certeza da culpa do réu.
Ela, percebendo que seu cliente seria condenado, rompeu o namoro e hoje, agora a pouco, todos puderam perceber como ela estava nervosa e agressiva. - Era só o que me faltava.Eu: Meritissimo, isso já é demais! Caro promotor, não se esconda atrás da nossa relação particular para tentar incriminar o réu.
Fernando: E a senhora não tente jogar os jurados contra minha pessoa, pois faço aqui o meu dever de dizer a verdade que eu conheço e não de ideias presumidas como a senhora tem em relação ao réu.
Se achar que faltam provas para condená-lo, saiba que também faltam provas para inocentá-lo.Juiz: Calma Senhores! - O Maurício gritou. - Vocês vieram aqui para julgar o réu ou para discutir a relação do casal? - A plateia começou a rir novamente.
Fernando: Preciso que a defesa não me interrompa, ela já disse horrores sobre mim e eu fiquei quieto.
Juiz: Doutora Maiara, por favor, silêncio.
Fernando: Como eu dizia, eu tenho certeza que o réu matou essas mulheres, e a minha certeza vem, não de suposição, como diz a defesa, não de falta de provas, mas sim da confissão que ouvi do réu na cela. Claro que não tenho como provar pois eu não poderia levar um gravador para registrar a confissão. Estávamos apenas eu e ele em uma sala que foi reservada para eu poder falar com ele exatamente sobre essa foto. - Ele novamente tira a foto do bolso. - Antes de falar com ele estive em sua boate, onde falei com a Vera que foi fluido atenciosa comigo, ela falou várias coisas sobre o Ricardo mas nada que o incriminasse. Foi lá que ela me contou que era apaixonada pelo réu, foi lá também que ela me contou da grande paixão que existiu entre Ricardo e Emília, a moça da foto, e que dessa paixão surgiu uma gravidez inesperada. Foi quando o réu levou Emília para morar em um outro apartamento, longe das outras garotas. Ela ficou lá por dois meses e depois fugiu, é nunca mais ninguém ouviu falar dela, essa é a história conta da pela Vera que está aqui e pode comprovar, caso ela não tenha mudado de ideia.
Olhei em direção a Vera e ela confirmou com a cabeça, como se dizia que tudo o que ele disse era verdade.
Fernando: Estão vendo, não estou inventando história, como disse a colega da defesa, estou apenas contando tudo o que sei e tentando relacionar com os fatos do julgamento para chegarmos a uma conclusão, que poderá mostrar a culpa deste homem.
O silêncio novamente reina no tribunal, todos estavam interessados em saber indepe ele chegaria com aquela conversa. Ricardo olhava pra ele com muita raiva, não era mais aquele homem cabisbaixo do começo do dia.
Fernando: Senhores jurados, reflitam comigo uma coisa. Se é verdade que Emília fugiu do apartamento de luxo, onde estava sendo mantida com toda mordomia pelo seu amado Ricardo, qual então seria o motivo da fuga? Se Ricardo e um homem tão bom, tão amável com suas funcionárias, certamente seria mais ainda com a mulher que amava, se é que amava mesmo.
Ricardo: Eu a amava sim e amo até hoje seu idiota, não fale mais da minha Emília. Você não sabe de nada. - Ele se exaltou.
Eu: Ricardo Por favor, mantenha a calma.
Iniciou-se um pequeno tumulto no tribunal, com muitas pessoas falando, uns eram a favor e outros contra, e o Juiz teve trabalho para fazer as coisas voltarem ao normal.
Fernando: Calma Ricardo, olhe a sua saúde, não quero que esse julgamento seja interrompido por mais um chilique seu. - A plateia riu. - Vou esperar você se acalmar um pouco e depois volto nesse assunto.
Eu estava com muita raiva do Fernando, ele estava me provocando e provocando o Ricardo, e eu nem podia protestar pois o Juiz deu a ordem pra eu não interromper ele.
Fernando: Enquanto isso quero pedir aos jurados que reflitam comigo mais uma coisa interessante e que deve ser levada em conta neste julgamento. Por falar em saúde do réu, os senhores se lembram que ele precisou ser hospitalizado por causa do mal súbito que ele teve no intervalo para o almoço. Ele teve um começo de infarto e uma elevação na pressão arterial, provavelmente provocados por algum motivo emocional ou do sistema nervoso, o que é muito comum em casos com o esse, devido a sua idade e a sua situação no julgamento. - Não acredito que ele vai tocar nesse assunto, eu não disse isso a eles e portanto a plateia vai achar que eu quis omitir algo.
Fernando: Há algo que os senhores não sabem e que eu vou contar, nesse intervalo para o almoço, chegou aqui no fórum um advogado do réu, o Doutor Marco Aurélio, que cuida dos negócios relacionados a boate do mesmo, e junto com a advogada de defesa, Doutora Maiara, foram conversar com o Ricardo numa sala fechada, somente os três. E logo em seguida a essa conversa Ricardo teve o início do infarto que o levou para o hospital, vejam os senhores que isso não foi revelado pela defesa em sua fala.
Eu: Não foi revelado por que não era nada relacionado ao julgamento. - Eu gritei.
Fernando: Será que não?
Eu: É lógico que não!
Fernando: Pois então, por favor, conte a nós o que foi que o Doutor Marco Aurélio veio conversar com o seu cliente que causou tanto problema? - Ele estava me provocando.
Maratona: 9/10
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O Promotor e A Advogada ( Finalizada )
FanfictionFernando Zor, tem 36 anos e é o melhor Promotor de justiça de sua cidade, nascido em Rondônia mas atualmente mora em São Paulo, sempre teve uma vida humilde, seu pai morreu quando ele ainda tinha dois anos, ele sonha em encontrar a mulher da sua vid...