Capítulo 56

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Maiara*

Entrei no tribunal e fui pra minha mesa, Luciana já estava em seu lugar e aparentemente estava muito nervosa, vejo o nojento do Matheus entrar e ir pro seu lugar.
O Juiz começa a ler o caso da Luciana e todos ficam prestando atenção, enquanto isso eu falava com Deus e pedia para que a justiça fosse feita, independente de quem ganhar o caso, acredito na minha cliente e tenho certeza que ela está falando a verdade.

Juiz: Bom dia a todos, estamos dando início ao julgamento da Senhora Luciana Souza, acusada de assassinar a filha Evelin, de 6 anos. Gostaria de agradecer a Advogada de Defesa, ao Advogado da Acusação, ao Júri e os demais aqui presente.
Doutora Maiara, gostaria de começar?

Eu: Sim Meritissimo, obrigado.

Me levanto, faço as saudações necessárias e vou até o centro do tribunal, antes de começar a falar olho para todos e respiro fundo.

Eu: Bom dia a todos, como sabem a minha cliente está sendo acusada de assassinato, sendo a vítima sua filha de apenas seis anos de idade.
Eu estive conversando com a ré e pude conhecer a sua história, ela é mãe solteira, tem vinte e dois anos e mora com a mãe em um dos bairros menos favorecido aqui de São Paulo.
Ela não teve a oportunidade de terminar os estudos pois começou a namorar muito nova, o namorado não permitia e pelo que me disse, ele se envolvia com drogas, eles namoraram por dois anos e nesse meio tempo ele a convenceu a usar drogas também, quando ela falava que não queria ele a obrigava, e se ela não o ebedecesse ele a agredia.
Com medo de contar isso pros pais na época ela se manteve calada e continuou o relacionamento recebendo ameaças, e de lá pra cá ela não conseguiu mais parar de fazer uso das drogas, largou os estudos e começou a viver pra ele, até que ela engravidou. A mãe da ré, que inclusive é uma das testemunhas me disse que ele, assim que soube da gravidez obrigou ela a tirar mas ela não quis, não cedeu as vontades dele dessa vez, então ele foi embora, e nunca mais voltou.
Luciana lutou, junto da sua mãe pra criar a filha, a condição de vida delas não é das melhores, isso eu pude presenciar quando fui até sua casa pra conversar, mas elas me garantiram que nunca deixaram faltar nada pra filha, nunca a maltratou.
Como eu disse no começo, Luciana não conseguiu largar o uso das drogas e como não trabalhava, chegou a guardar as drogas pros traficantes de onde mora, e em troca disso ela ganhava drogas ou até alguns trocados, mas segundo ela e a mãe, ela deixou de fazer isso tem um tempo. Só que o vício continuou, e como todo mundo aqui sabe, é difícil pra um viciado controlar sua vontade, então ela pegava pra pagar depois, só que como não trabalhava ela não os pagava, e devido a isso recebeu ameaçadas, não foi uma, nem duas e sim várias vezes, até que sua filha desapareceu, e foi encontrada morta dias depois no quintal da casa dela.
No exame de delito não constava abuso, nem agressão, e muito menos digitais, mas não podemos acusar uma pessoa somente por causa do seu vício, quando a mesma já vinha recebendo ameaças a dias, ela comunicou a polícia e ninguém fez nada.

Matheus: Protesto! A defesa só está falando e falando mas até agora não fez pergunta nenhuma pra essa Senhora.

Eu: Se o senhor tiver um pouco de paciência e esperar calado eu posso continuar o meu trabalho e interrogar a ré.

Juiz: Protesto negado, continue Doutora.

Eu: Bom, acho que já expliquei bem tudo o que eu queria deixar claro pros senhores, vou agora interrogar a minha cliente.

Fui até a Luciana que estava bem nervosa e pedi pra ela ficar calma, ela fez o juramento de que falaria só a verdade e se sentou novamente, olhei bem em seus olhos na tentativa de tranquilizá-la e comecei o interrogatório.

O Promotor e A Advogada ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora