O Caso de Juvia Lockser. - De mudança.

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Sabe o sentimento de nervosismo que toma o seu corpo todo e você sente vontade de se segurar forte em algo? Bem, eu estava assim naquele dia. Afinal, não é sempre que se muda de cidade. Muito menos se transferindo para o colégio para o qual eu estava.

- Moça, chegamos. - disse o homem que dirigia a carro da mudança.

Ele era levemente barrigudo e tinha cerca de 40 anos, barba por fazer e usava um boné do posto de gasolina GoodOil.

- Mas aqui é só a esquina da rua. E o serviço não inclui desempacotamento e arrumação de tudo, não?

- Sinto muito, moça. O seu pacote foi só de entrega e eu tenho buscar outro cliente no aeroporto agora.

- Mas será que o senhor não pode me deixar na porta da casa? - disse eu verdadeiramente implorando.

- Sabe como é, né, o dinheiro move o mundo. - disse ele destrancando a porta do carro para mim. - E eu tenho serviço me esperando.

- É, eu ouvi.

Após sair do carro e abrir a traseira do caminhão, retirei as cinco grandes caixas de lá e coloquei-as na calçada.

- Por que você não pede a algum dos seus parentes para ajudá-la? - sugeriu ele.

O que ele não sabia, porém, é que eu não estava indo para casa de parente nenhum. Eu era uma adolescente que estava se mudando sozinha e que teria de carregar todo aquele peso se ele não me ajudasse.

Mas ele não pereceu se importar muito com a minha situação, pois foi embora antes que eu pudesse respondê-lo.

- É, Juvia, você arruma cada situação para se meter...

...

Depois de alguns minutos pensando acabei por decidir que o melhor jeito de levar todas aquelas caixas para o casarão a 100 metros de distância era levar cada uma por cerca de dois metros à frente, depois colocá-la no chão, fazer o mesmo com as outras e então repetir o processo. Levaria tempo, mas eu nunca fora roubada e nem desejava, o que poderia ocorrer se eu levasse uma caixa por vez até a casa.

Depois de alguns minutos fazendo tal atividade, parei para descansar me apoiando nos joelhos.

- Você quer ajuda com isso? - disse uma voz grossa vinda de trás de mim.

Saltei de susto. Não havia notado o homem se aproximar. Digo homem, mas não sabia sua idade ao certo, pois o capuz preto do casaco cobria seu rosto. Ele estava de lado para mim, e falava sem demonstrar interesse.

- Errr...

- Se não quiser, não precisa aceitar. - falou já se virando.

- Não! Não, eu quero ajuda sim. - exclamei me segurando em seu braço. Este era notavelmente musculoso.

O homem voltou-se para as caixas e com os dois braços carregou três delas, depois se postando ao meu lado.

- Para aonde você está indo? - ele perguntou já começando a andar em frente.

Corri para pegar as outras duas caixas e andar ao seu lado. Era difícil, pois uma vez ele sendo alto, suas pernas eram longas e suas passadas mais largas.

- É logo no fim da rua... Sabe, obrigada por me ajudar. - lhe disse inclinando a cabeça para o lado.

- Seria falta de educação se eu não o fizesse. − ele se calou e eu não sabia mais o que dizer.

Continuamos a andar em silêncio, exceto que eu estava ofegante. Mas acho que não era necessário dizer nada. Pelo barulho alto de rock vindo dos fones de ouvido, percebi que o garoto − pelo comportamento duvidava que fosse um adulto −, não tinha o menor interesse sobre quem eu era ou o que tinha ido fazer ali, o porquê de eu estar me mudando. Ele, genuinamente, estava me ajudando apenas por educação. Ao mesmo tempo em que poderia ser considerado um pouco rude, era definitivamente encantador. Ele estava me ajudando sem nenhum interesse por detrás. Isso normalmente não acontece.

Somebody To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora