O Caso de Juvia Lockser. - Acordando cedo e mercado.

1K 98 64
                                    

Às seis e quinze da manhã do sábado, eu já estava acordada e vestida para o treino. Estava determinada e não fazer feio chegando atrasada novamente. Principalmente ao observaraquele bilhete logo em cima da mesinha ao lado da minha cama.

Sabe quando a vergonha e raiva só fazem você se sentir mais motivada a melhorar? Bom, eu sentia a necessidade de mostrar ao Gray que eu podia ser melhor do que fora no dia anterior. Em todos os sentidos.

Mas eu não sentia ódio por ele, especificamente. Claro, na noite anterior eu ficara revoltada, mas desde o início eu sabia que ele era assim, falava o que queria. O modo como ele me tratara e sua cara de tédio só me faziam ter mais vontade de impressioná-lo, de atrair seu olhar para mim e de algum modo conseguir lhe mostrar que eu não era tão inútil, que eu merecia alguma atenção. E eu iria fazer isso. Impressioná-lo com a minha natação, comigo.

Desci as escadas e encontrei Ur tomando café na cozinha. Ela se apoiava na bancada da pia enquanto segurava uma xícara de chá e lia o jornal local, The Weekly Sorcerer. A revista estava na frente do seu rosto, então ela só percebeu minha presença quanto sentei-me à mesa de café.

– Oh, Juvia! Cedo assim? – perguntou andando lentamente até sentar-se ao meu lado.

Apesar de sua idade, me impressionei em como ela ainda perecia uma jovem. Por trás da revista que lia, ela segurava uma torrada com a boca, e tinha os cantos da mesma melados de manteiga. E não perecia se importar nem um pouco.

Ela terminou seu café e me serviu o bolo que Chelia fizera na noite anterior. Enquanto eu comia ela foi lavar os pratos e voltou a me perguntar a respeito do horário. Engoli o pedaço de bolo e a respondi:

– Eu queria meio que compensar por ontem, já que eu cheguei atrasada. – vi-a dar um sorrisinho.

– Não precisa se importar com isso, Juvia. Já disse antes, mas aquilo não foi nada de mais. Mas eu entendo sua forma de pensamento. – ela terminara de lavar os pratos. - Você quer alguma coisa a mais para comer?

– Não precisa.

Me ofereci para limpar a louça que eu sujara, mas ela se recusou a me deixar a fazê-lo, afirmando que pela minha expressão já dava para se perceber a minha ansiedade para ir logo para a piscina.

– Mas não se preocupe que não vai ser sempre assim. Sabe como é, é preciso ser mais simpático com os novatos.

Me lembrei que era apenas meu terceiro dia no Casarão. Mesmo que fizesse pouco tempo, eu me sentia mais confortável no local do que, por exemplo... minha antiga escola. Eu queria contribuir de algum modo na casa. Pelo que me lembrava, era Ur que fazia tudo.

– Mas é você que sempre cozinha, limpa e tal?

– Ah, não. A limpeza nós fazemos todo domingo, ainda de manhã. Cada um dos que mora aqui tem um dia da semana para cozinhar, e a louça eu só lavo a de todos de manhã, pelo resto do dia cada um lava a sua.

– Cada um tem um dia?

– Ah, entendi. – disse sentando-se ao meu lado e dando uma batidinha no meu ombro. - Você pode ficar com as quintas. Eu estive cozinhando por três dias, e cada um dos garotos em seus respectivos dias. Os domingos e as segundas são meus, agora que você pegou as quintas.

Internamente eu estava muito feliz. Ok, eu não era nenhuma mestra na cozinha, mas eu conseguiria fazer um jantar decente. Eu achava.

– Bom, pode ir indo para a piscina que eu acabo com isso aqui. – disse Ur apontando para os pratos que eu sujara. – Mas a partir de amanhã, se você me oferecer ajuda de novo, eu vou aceitar.

Somebody To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora