O Caso de Levy M. - Uma história de amor

547 57 38
                                    

− Levy, tem certeza que está tudo bem? – Jet me perguntou pelo que deveria ser a centésima vez.

Ele e Droy estavam sentados à minha volta, na sala de aula, e passavam o intervalo tentando retirar de mim alguma reação mais animada.

Eu assenti, sorrindo, e deitei minha cabeça sobre a carteira onde me sentava. De perto, podia ver todas as mensagens e desenhos que outros estudantes haviam marcado ali com canetas. Não estava deprimida ou algo do tipo, mas definitivamente estava diferente do normal. Mais tensa, preocupada, um pouco triste.

− Não, você não está.

Droy se levantou, decidido, e tentou me forçar a fazer o mesmo. Eu relutei, até que ele me carregou pelos braços e me colocou de frente para os dois.

− Vamos, você está viajando o tempo todo. Se concentre em algo... – os olhos dele pareciam buscar algo interessante na sala em que estávamos. – Ah! Conte-nos sobre aquele livro mais recente da sua autora favorita! Juliet...

Os dois se encaravam confusos, tentando relembrar do que mesmo estavam falando. Não pude evitar uma risada.

−Marillier?

− Exato! – Jet se animou com a minha reação. – Qual era o nome mesmo?

Rendi-me a eles ao me sentar novamente e começar a contar a história. Desde que toda aquela situação "estranha" ocorrera no meu quarto entre eu e Gajeel, e ele começara a correr de mim como se eu fosse algo perigoso, os dois estiveram lá para me animar.

Jet e Droy ainda não tinham a menor ideia de qual era o meu real dilema: eu nada lhes contara a respeito da minha confissão e de tudo o que a seguiu, muito menos sobre as horas desperdiçadas tentando descobrir sobre o que fora a conversa entre o metaleiro e meu tio. Ainda assim, não duvidava nada de que eles tivessem uma ideia de que o Redfox estivesse envolvido: principalmente quando a cada vez que eu o via passar, meu olhar fosse atraído por ele, e, diferentemente do normal, Gajeel fingisse não me notar e seguisse em frente.

Assim que eu estava chegando ao ponto mais animado do meu discurso, Gajeel irrompeu pela porta, rindo e conversando com sua melhor amiga. O modo como eu curvei a coluna, envergonhada e entristecida, além de suspirar, deu claras pistas claras a meus dois colegas, que imediatamente começaram a resmungar. A situação gerava neles um ódio explicável.

Juvia não demonstrava estar muito a par da situação e tinha muito na cabeça, o que não me deixava com muitas opções além de perguntar diretamente a Gajeel sobre o que queria saber. Só que isso parecia inviável, visto que, assim que eu o encarei, ele parou por alguns segundos perto da entrada, e então exibiu seu novo e constante olhar de... Culpa. Por mais que não houvesse motivos aparentes para que ele tivesse tal sentimento.

" –Eu... Já fiz muita coisa errada, Baixinha.− Gajeel me dissera uma vez enquanto eu observava ele desligar as luzes e trancar o portão da casa durante a noite.

A conversa tinha começado não lembro-me como, mas eu finalmente tinha juntado a coragem para questioná-lo um pouco a respeito do seu passado. Todos demonstravam estarem interessados na história de Juvia, e no passado comum entre eles. A história dele (só dele), no entanto, ninguém havia buscado saber. Era claro que a situação vivida pela nadadora fora bem mais alarmante quando considerado tudo o que ocorrera, mas eu ainda estava curiosa: Gajeel não podia ter saído da Phantom só por causa dela.

− Como assim? – eu tentei parecer o mais imparcial e desinteressada possível.

Ele deixou de lado o que fazia e se sentou ao meu lado, na escada que levava ao segundo andar da casa.

Somebody To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora