O Caso de Erza Scarlet. - Adeus, ao menos por enquanto

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 − Faltam cinco minutos para o início das lutas! Expectadores, a organização do evento orienta todos a se dirigiram aos suas arquibancadas. Agora, um pequeno aviso do nosso patrocinador...

Enquanto eu amarrava a faixa branca na minha cintura, terminando de vestir o kimono, ouvia o anúncio e pensava em como as nacionais eram totalmente diferentes de todo outro tido de competição ou amistoso. Tudo parecia mais limpo, organizado, formal. Profissional. E isso me fazia, claro, ficar mais excitada e meio insegura.

Isso não era só porque eu ia disputar com Mira. Ou porque Jellal assistiria tudo. Ou porque de longe eu podia avistar algumas garotas da Mermeid Heel, o que comprovava que Millianna e Kagura estavam ali. Havia muitas outras coisas, que, em conjunto, me davam uma tremenda dor de cabeça. Segundo Porlyusica, a enfermeira do colégio, era por isso que eu vinha sentindo dores na região dos ombros – muita tensão acumulada.

Não era como se eu pudesse ignorar o que eu sabia que iria ocorrer, ou diminuir a importância daqueles momentos, então tudo o que prometi ao treinador foi dormir o máximo possível e ficar repetindo aqueles exercícios de respiração que passavam no canal Hindi (que tinha informações sobre um país oriental, comida, e exibição de técnicas de yoga). Não era que eu achasse aquilo ridículo nem nada... Mas duvidava que o apresentador com o aplique de cabelo que ficava caindo realmente soubesse o que estava fazendo. Ou ao menos acreditasse no que dizia.

Sentei ao lado de Gildarts no banco da equipe. Na arquibancada frontal, eu podia assistir Juvia e Meredy conversando, Gray quieto, mas ouvindo tudo ao lado – Natsu estava ocupado demais e não pudera vir naquela tarde, deixando o moreno sozinho – , Laxus, seus fiéis seguidores e os irmãos Strauss, Gajeel, Jet, Droy e Levy. Os dois últimos garotos se amontoavam ao lado da baixinha.

Desde um acontecimento mal explicado para ela, em que tanto a dupla quanto Levy passaram dos limites e ela os mandara "calar a boca", eles vinham pedindo pelo seu perdão e fazendo tudo para agradá-la, assim como ela os tratava docemente, porém ainda meio relutante. A relação entre eles, de algum modo, parecia estar se ajustando.

Fora desse centro de atenção, havia, no canto da última fileira, um garoto de calça jeans, boné, casaco preto e capuz sobre a cabeça. O objetivo, na verdade, não era que absolutamente ninguém reconhecesse Jellal, mas sim que ele não chamasse a atenção de paparazzis, e principalmente de Millianna. Um escândalo no meio do período de lutas seria terrível, então o "encontro" teria de esperar.

Acredito que ele tenha notado onde eu estava e que tinha ficado analisando-o por um bom tempo, já que levantou a aba do boné e sorriu de canto para mim. Desde o meu comentário a respeito do seu sorriso, ele se esforçava para fazê-lo parecer o mais natural possível. Eu acenei para ele, corada.

Acho que você tem mais coisas para se concentraaar... – cantarolou Mirajane e se sentou ao meu lado.

− Você é a primeira? – eu indaguei e ela suspirou, concordando. – Vai lutar com quem?

Depois das estaduais, que ocorreram cerca de duas semanas antes, a grade de lutas das nacionais ficava disponível para todos os interessados, mas eu preferia focar no que dizia respeito a mim e por isso não me lembrava da sua primeira oponente.

− Uma garota da Blue Pegasus... Jane? Acho que é esse o nome dela.

− Jenny Realight. Você deveria se preocupar com ela, que venceu muita gente boa antes de chegar aqui.

Gildarts tentava enfatizar a informação. Ele se sentia levemente incomodado pela presunção de Mirajane, que às vezes parecia considerar apenas a mim como uma verdadeira ameaça.

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