O Caso de Levy M. - Você quer isso?

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- Mais forte... Isso, exatamente! Un... - Gajeel sussurrava, deitado na cama.

As reações dele me deixavam extremamente constrangida. Além de que a situação por si só era estranha.

- É... Você não acha, assim... Que nossas posições estão meio que trocadas?

- Como? - ele indagou enquanto erguia o tronco, apoiado pelos dois braços.

Levantei as sobrancelhas e fiz um gesto indicando nosso entorno. Até momentos atrás, eu estivera massageando as costas do grandalhão. No meu quarto. Não querendo ser rude, mas... Ele era meio que o meu empregado, ao menos enquanto estávamos em casa.

- V-você não deveria ser aquele que me serviria? - perguntei, notando o quão terrível aquilo soava.

Gajeel mantinha uma expressão de estranhamento.

- Ah, claro. Levy-sama não pode fazer esse tipo de coisas. - ele se curvou, como em um cumprimento.

Suspirei de alívio. Era bom o fato dele não se importar ou levar a sério tais situações.

- Como nós viemos parar nessa situação mesmo?

- Deixe-me ver. - ele contava nos dedos os fatos antecedentes. - Depois que eu terminei a limpeza do jardim, eu vim trazer seu lanche, e você me convidou para comermos juntos. Aí, quando eu reclamei da dor na coluna por causa dos treinos extras...

- Eu tive essa brilhante ideia. Tá, tá. - me lembrei do que estivera fazendo anteriormente. - Eu ainda tenho que terminar os deveres...

O moreno se levantara e estava olhando para as minhas preteleiras de livros. Deslizava o dedo pela base das mesmas, de vez em quando parando para ler um título ou uma sinopse. Não demontrava se importar muito com o pedido (implícito no período anterior) para que ele me deixasse sozinha.

- Depois de vir nesse quarto tantas vezes, acho que começei a entender o quanto você gosta de ler. Ou o estilo que você mais gosta... - ele abriu um sorriso sombateiro, retirando um dos exemplares da bancada e examinando a sua capa. - Algum motivo especial para quase todos serem romances sobre uma garota de alta classe e seu subordinado?

Era claro o que ele sugeria com tal comentário.

- C-claro que... Eu já tinha esses livros bem antes de...!

- Eu sei que não. - ele disse, fechando a cara.

Uma pausa se fez antes que ele desse um sorriso forçado.

- Vou arranjar um partido para você. - ele piscou o olho direito, provocador.

- Como?!

Ele se virou, colocou meu livro em seu lugar e afirmou que tinha de voltar ao trabalho.

- Mas obrigado pela massagem. E o resto, pode deixar comigo.

Mesmo que ele parecesse não querer me ouvir, tentei contradizê-lo, implorando para que dessistisse. Ele assumiu que tudo fosse uma questão de timidez.

...

- Quer dizer que Gajeel saiu mais cedo hoje? - perguntou minha tia, enquanto tomávamos café na manhã do sábado.

- Isso. - abaixei a xícara que eu segurava, colocando-a sobre a toalha de mesa verde. - Ele foi encontrar o resto da equipe no colégio, e eu vou com a Lucy a partir do metrô até o ginásio.

Ela contorceu o rosto. Ainda não gostava muito da ideia de eu sair sozinha depois de ter ouvido o que ocorrera com Juvia. Em certos quesitos, ela era bem mais conservadora que meu tio.

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