➤ Chapter Twenty Seven

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Receber visitas em casa sempre se tratou de uma bagunça.

Mamãe vira uma louca por organização e meu pai nem se dá mais ao trabalho de tentar controlá-la. Lucas não poderia estar menos interessado no assunto, esparramado no sofá da sala ao lado do meu pai.

— Você acha que está bom, Lisa? — Minha mãe pergunta, alisando o vestido tubindo florido com as próprias mãos, girando em frente ao espelho.

— Você está linda, mãe. — Eu sorrio para ela, que ignora completamente o meu comentário e continua a procurar por imperfeições em frente ao espelho.

Minha mãe é mais baixa que eu, e sua pele é até mais bronzeada, seus cabelos são do mesmo tom que os meus, porém lisos e curtos. Não somos tão parecidas fisicamente, mas ela me diz que sou uma cópia quase perfeita da minha avó quando era mais jovem.

Ela se vira e vem até mim, sorrindo de modo caloroso e arrumando meus cabelos com a ponta dos dedos, afastando as mechas do meu rosto.

— Você está tão bonita, filha. — A voz dela falha e seus olhos começam a ficar marejados.

Eu me levanto e toco o rosto dela, rindo.

— Ei, mãe. Por que você está chorando?

Ela ri também, limpando o canto dos olhos.

— Sou muito emocionada, desculpa. — Ela dá uma pausa antes de olhar para mim, suspirando. — Bem, eu vou ver como anda as coisas na cozinha. É melhor que tudo esteja preparado quando seu chefe chegar.

Oh, droga. Eu quase havia me esquecido desse detalhe.

Eu poderia muito bem ter lhe dado o endereço errado, mas ele descobriria de qualquer forma, assim como descobriu onde eu moro ou onde é o restaurante dos meus pais.

Mordo o lábio inferior inconscientemente enquanto começo a mexer na barra do meu vestido, como um tique nervoso. Estou inegavelmente ansiosa pelo que esta noite me reserva.

Paro no hall de entrada e olho para o relógio pendurado na parede, apenas vendo o ponteiro dos segundos girar silenciosamente antes do relógio marcar oito horas em ponto. Respiro com dificuldade e começo a brincar com meus próprios dedos enquanto vejo meu reflexo no espelho de decoração do hall.

Meus cabelos estão soltos, com apenas algumas mechas estrategicamente soltas sobre as têmporas enquanto os outros fios são presos por grampos. Meu rosto não tem muita cor, já meus lábios são pintados por um batom nude muito discreto.

O decote do vestido amarelo de malha leve é praticamente inexistente, mostrando apenas parte da minha clavícula e expondo meus ombros sob as alcinhas.

Acho que está aceitável.

O barulho de um carro na frente de casa tira minha atenção, e olhando pela pequena janelinha da porta, consigo ver a Mercedes de Jungkook parar em frente ao jardim.

Começo a sacudir as mãos e inflar as bochechas para trazer ar aos pulmões, como uma garotinha de quatorze anos em seu primeiro encontro.

O que eu deveria dizer?

Deveria tratá-lo como uma visita qualquer? Ele é o meu chefe, então tecnicamente não é uma visita qualquer...mas fomos para cama juntos.

Oh, droga. Eu não deveria estar pensando nisso na casa dos meus pais.

As batidas na porta me fazem congelar, e eu preciso de toda a minha coragem para segurar na maçaneta, respirar e inspirar duas ou três vezes, e então abrir a porta.

𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒊𝒃𝒊𝒅𝒐 | 𝑳𝒐𝒏𝒈 𝑭𝒊𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora