➤ Chapter Twenty Eight

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Passei a maior parte do dia ocupada com o restaurante ou com os meus próprios pensamentos.

Papai ainda não ousou em falar sobre "aquele" assunto, mas pelo modo que me olha, com a irreconhecível preocupação, sei que há algo entalado em sua garganta.

Algo me diz que isso também tem algo haver com a conversa que Jungkook e ele tiveram em seu escritório na noite passada, no entanto, ele tem se esquivado do assunto desde o café da manhã. E isso me causa um misto de preocupação e curiosidade.

Uma vibração no bolso do meu uniforme me tira dos meus devaneios, e eu puxo meu celular, olhando para a mensagem exposta na tela.

Jungkook

Como você está?

O canto do meu lábio se levanta, mas eu desmancho o sorriso na hora ao perceber.

Bem. Por que não apareceu no restaurante?

Oh, eu não deveria ter dito isso.

Por quê? Saudades?

Quase posso ouvir sua voz presunçosa e seu sorriso incoveniente.

Sai para correr, para me distrair.

Distrair do quê?

De você.

Meus dedos travam no lugar, mas me obrigo a continuar, não quero demonstrar que ele está me afetando.

Por que você precisa se
distrair de mim?

Não consigo ficar longe de você.

É o que me preocupa. Não quero ficar longe.

Fico olhando a mensagem por um bom tempo, sem saber o que responder, por final desistindo e fechando o chat, mas minha mente ainda não se desliga da conversa, remoendo as palavras de Jungkook ao mesmo tempo em que me identifico com elas.

Estar com Jungkook, para mim, sempre foi como se envolver com problemas, não somente pelo fato de que ele era o meu chefe, mas também porque sempre que podia ele estava ali, ameaçando minha sanidade e tirando-me dos eixos facilmente.

Eu teria que aprender a controlar meus sentimentos, ou pelo menos aceitá-los, ainda não encontrei uma resposta do que é o certo a se fazer.

Volto aos meus afazeres no restaurante para tentar me distrair, o que chega a ser cômico, porque só mostra que assim como Jungkook, também preciso me ocupar com algo para não pensar nele - mesmo não conseguindo completamente.

O tempo surpreendentemente parece voar, e logo estou ajudando os outros garçons a arrumarem o restaurante para o dia de amanhã.

— Precisa de ajuda? — Sen pergunta, se aproximando quando me vê colocando as cadeiras sobre as mesas.

Lucas e ele geralmente vem para buscar meu pai e eu, então costumam ajudar a fechar o restaurante.

— Eu estou bem. Obrigada. — Sorrio suavemente, terminando de arrumar as cadeiras.

Sen olha para o chão, sorrindo um pouco antes de novamente erguer os olhos para mim.

— Lembra do que eu te disse antes? Que você não tinha mudado nada? — Ele esconde as mãos nos bolsos da calça. — Bem, você mudou. Está mais bonita agora.

Eu rio nervosamente antes de responder.

— Ahm...obrigada. Você também não está nada mal.

𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒊𝒃𝒊𝒅𝒐 | 𝑳𝒐𝒏𝒈 𝑭𝒊𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora