𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒊𝒃𝒊𝒅𝒐 | 𝑳𝒐𝒏𝒈 𝑭𝒊𝒄

➤ Chapter Thirty Nine

— O nome dele era Junghoon. Nathaniel Junghoon.

Jungkook não diz mais nada. Apenas o nome do irmão e nada mais. Permaneço em silêncio, esperando que ele prossiga. Ele precisa aprender a se abrir comigo sozinho e por vontade própria, sem o meu encorajamento.

Quando ele percebe isso, suspira profundamente e tenta olhar para mim, mas lhe parece uma tarefa difícil.

— Ele foi o cara mais incrível que eu já conheci, Lalisa. Poderia se parecer fisicamente comigo, mas não era como eu. — Suas pálpebras se apertam e consigo ver o esforço que ele está fazendo. Ele se vira para mim, com seus olhos escuros pesarosos. — Não consigo fazer isso sozinho, Lisa. Por favor, me ajude.

Apesar de ainda estar chateada pelo o que aconteceu, não sou capaz de ignorar meus instintos em querer ajudá-lo, então me movo no sofá para ficar de frente para ele, encostando seu joelho com o meu.

— O que quer dizer quando diz que seu irmão não era como você? -—Pergunto, tentando me situar.

— Nathan era autêntico e carismático. Um gênio. Tinha tudo para ser o herdeiro e sucessor dos negócios da família.

— E por que isso se difere de você?

— Não era para mim, Lalisa. Tentei ser como ele, mas não consegui.

— Nathan era o favorito do seu pai? — Odeio dizer isso, mas aos poucos consigo ver que o pivô de toda discórdia com seu falecido pai ser explicada.

— Nathan era tudo o que meu pai queria na presidência da Jeon TEC. Para ele, eu era apenas uma cópia mal feita do meu irmão perfeito.

Quando Jungkook fica em silêncio mais uma vez, sei que ainda precisa da minha ajuda para continuar, então finalmente pergunto:

— Como ele morreu? — Tento soar delicada, apesar de não saber como fazer isso.

Jungkook hesita, como se estivesse agoniado.

— Um tiro no peito. Ele não conseguiu resistir.

Minha reação é de espanto e não consigo deixar de transparecer isso. Jungkook percebe, tentando suavizar a expressão para me deixar mais calma e se explicar.

— Não fui eu que puxei o gatilho, mas ainda assim, sou o responsável.

— Então, o que aconteceu? — Pergunto, intrigada.

Ele suspira, e eu me preparo para ouvir a história toda.

— Tudo começou quando nós dois fizemos vinte e cinco anos. Junghoon se preparava para assumir a Jeon TEC, e eu, bem, trabalhava na parte administrativa, mas nada tão relevante para alguém que era filho do CEO. Eu não queria mostrar que estava afetado com isso, e por muito tempo decidi ignorar. — Ele dá uma pausa. — Foi quando conheci Yerin. Ela era filha de um sócio e amigo próximo do meu pai. Você pode imaginar o tipo: modelo, rica e influente.

Apesar de uma série de questionamentos se iniciarem silenciosamente na minha cabeça, me contento em ficar calada para apenas ouvi-lo. Querendo ou não, acredito que estou prestes a descobrir muitas coisas sobre o homem que amo.

— Nós transamos algumas vezes. Eu nunca lhe dei abertura para algo a mais, mas ela teve uma impressão errada sobre mim, e quando decidi que daria um ponto final naquilo, ela me seduziu.

— Ela se apaixonou por você.

Minha conclusão o pega de surpresa, e imediatamente ele parece desconfortável e enjoado.

— Ela me violou, Lalisa. — Ele faz uma pausa momentânea, apenas para ver minha reação, mas não sei como me sinto ou como reagir. Ele suspira. — Yerin furou um pacote de camisinhas e ofereceu uma para mim. Não me dei conta. Fui tolo e no momento aceitei. Semanas depois ela disse que estava grávida. Pode imaginar o escândalo? — Ele se encolhe e xinga, perturbado.