➤ Chapter Thirty One

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Aperto os olhos com o bombardeio de luzes que machuca minha vista. Giro para o lado, com dificuldade, grunhindo.

Ai! Como dói!

Seguro a cabeça, tentando diminuir a dor, o que é  inútil, pois sei que esse é o tipo de ressaca incurável. Diabos, acho que nunca fiquei tão mal depois de beber.

Tento repassar a noite anterior em minha mente, mas é difícil, apenas alguns flashes isolados fazem parte da minha memória.

Desvencilho-me dos lençóis com lentidão, reparando que já não uso mais o vestido preto e colado, mas sim meu pijama. Colocando o pé no chão e cambaleando para fora da cama, aperto as pálpebras mais uma vez antes de criar coragem para sair do quarto.

O corredor de cima está silencioso, e a porta do quarto de Lucas se mantém fechada no final do corredor, então imagino que ele esteja pior que eu.

Um passo atrás do outro, desço cuidadosamente as escadas, ouvindo o barulho de pratos e talheres vindos da cozinha.

Meu pai está sentado a mesa, lendo o jornal, já minha mãe se ocupa com alguma coisa em frente ao balcão, em silêncio. Nenhum dos dois levanta o olhar para mim.

— Bom dia...? — Falo, hesitante, mas quando ninguém responde apenas vou até o armário em busca de comprimidos para dor de cabeça e minhas pílulas diárias.

Busco por um copo da água, para engolir o que parece ser uma dose interminável de remédios. Quando termino, sento-me na mesa, ainda esperando que alguém diga algo.

Sério, minha consciência já está começando a pesar.

Percebo que as rosas cor de rosa postas em um vaso em cima da mesa foram substituídas por outras, estas mais vividas e cheirosas.

— De onde saíram essas flores?

Meu pai fica em silêncio, mas minha mãe vira, com a expressão desacreditada.

— Você se esqueceu? — Parece acusatória.
— Jungkook esteve aqui ontem a noite, procurando por você.

— O quê?

Olhando para o chão, consigo ver a imagem de Jungkook na casa de festas onde Lucas e eu estávamos, parecendo furioso. O que diabos ele estava fazendo lá?

— Ele queria levar você para sair, porque precisava falar algo importante, mas como você não estava ele decidiu apenas deixar as flores. Pensamos que você voltaria cedo, então pedimos para que ele esperasse. — Ela solta, levando as mãos a cintura. — Mas você não voltou, Lucas não atendia as ligações. Ficamos preocupados e ele decidiu ir atrás dos dois.

Oh.meu.Deus.

— Então ele me volta com meu filho mal se mantendo em pé e minha filha desacordada. Como você quer que eu reaja a isso? — Sua voz está controlada, mas por outro lado, seus lábios não param de tremer.

— Se acalme, Vana. — Meu pai se pronuncia pela primeira vez, solene.

— Eu sinto muito, eu não queria... isso nunca aconteceu antes.

— Ah, claro. Assim com você nunca se drogou com cigarros antes, não é? Acha que eu não sei que continua fazendo isso?

— Vana, não é momento. — Meu pai interfere, deixando o jornal sobre a mesa.

— É, sim! — Ela olha para mim, exaltada. — Você não é mais uma adolescente, tem que começar a portar como uma mulher adulta, e isso, definitivamente, não inclui você voltando desacordada para casa nos braços de um homem que você deveria tratar como chefe!

𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓 𝑷𝒓𝒐𝒊𝒃𝒊𝒅𝒐 | 𝑳𝒐𝒏𝒈 𝑭𝒊𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora