Capítulo 5

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Juliette POV

Já passava do meio dia e Sarah e Gil ainda não tinham saído do quarto do líder. Eu estava muito angustiada, meu coração doía e eu também estava triste. Apesar disso, eu entendia, pelo pouco que havia conversado com a loira sobre a sua história e sua família que provavelmente a situação dela era pior que a minha.

Estava deitada na rede do jardim, sozinha. Acho que todo mundo estava querendo respeitar meu espaço, mas como se adivinhasse que eu precisava conversar, Camilla chegou e sentou perto de mim.

- Oi, Ju. Tá tudo bem? Quer conversar?

- Bem, bem não tá.

Minha cara entregava o sentimento.

- É a Sarah?

Camilla perguntou me fitando enquanto aguardava uma resposta.

- Tem a ver com ela, mas não é algo que ela tenha feito não. A bichinha tá passando mal, tadinha. Me dói o coração ver ela desse jeito.

- Por quê?

- Ela nunca quis se alongar muito nesse papo, mas eu acho que a família dela não aceita, sabe?

Olhei pro chão e respirei fundo, tentando segurar o choro.

- Entendi. Que barra, né? Mas Ju, me conta... foi só um beijo ou tem sentimento envolvido?

Eu não sabia se queria falar disso. Primeiro, pela grande exposição, segundo porque eu nem sabia direito o que tava sentindo. Mas, eu precisava colocar isso pra fora e achei que talvez essa fosse uma boa oportunidade. Suspirei, pensei bem nas palavras e coloquei pra fora.

- Não sei. Eu nunca tinha me sentido assim com nenhuma mulher, sabe? Já tinha ficado com algumas, mas com ela é diferente. Quando ela me toca eu fico toda arrepiada. E quando ela me chama de mozão ou me olha com aquele zoião verde o meu coração bate mais rápido.

A medida que fui falando dela um grande sorriso foi se abrindo no meu rosto, tomando o lugar da cara triste de antes. Camilla também estava sorrindo, me olhando com uma cara fofa demais. Ela segurou minha mão e fez um carinho nela.

- Acho que isso responde a minha pergunta. Olha, eu espero que fique tudo bem com vocês, eu shippo Sariette.

Continuamos conversando mais um pouco até que Gil chegou e pediu pra Camilla se podia conversar comigo em particular. A cara dele não era muito boa, fiquei preocupada. Ela se retirou e Gil começou a falar comigo. Ele segurou minha mão, querendo me confortar o tempo inteiro.

- Ô Ju... a bichinha não tá bem, viu? Ela teve a pior crise de ansiedade que já vi alguém ter. Achei que ia ter que pedir atendimento médico no confessionário.

- Meu Deus, Gil. Como assim? O que houve?

Me levantei querendo ir em direção ao quarto do líder para ver como Sarah estava.

- Calma, calma. Fica aqui, ela tá melhor! Eu confortei ela, ficamos um bom tempo abraçados até que passou. Mas foi horrível a cena, ela tremia e chorava muito. 

Eu comecei a chorar. Me doía tanto ver ela passando por tudo isso e não poder fazer nada.

- Ô, Gil... Isso me deixa tão triste. Eu só queria poder fazer algo, sabe? Mas eu nem sei o lugar disso na vida dela, porque é tão sofrido pra ela.

As lágrimas me escorriam pelo rosto e Gil me abraçou.

- Eu também não sei. Ela não disse, só disse que não aguenta mais viver assim, acho que Sari quer chutar a porta do armário, sabe? Mas o máximo que a gente pode fazer agora é tentar entender e confortar ela.

- Não sei como vai ficar nossa relação aqui dentro agora. Se a gente for se afastar vai me doer tanto, Gil. Eu gosto tanto dela.

- Ela quer conversar contigo, Ju. Você pode ir lá agora? Já digo que ela não me adiantou nada, não sei o que tá passando pela cabeça dela com relação a vocês duas.

Apertei o abraço no amigo antes de secar as lágrimas, me levantar e ir em direção ao quarto do líder.

Sarah POV

Eu tinha ficado observando a conversa dos 2 pela janela do quarto do líder. Percebi que ela havia chorado, que também estava triste e nervosa. Logo reparei que se levantou de lá e veio na direção do meu aposento. Antes mesmo que ela pudesse bater na porta eu abri, já me adiantando.

- Oi Ju, entra.

Ela entrou, fechei a porta e fui sentar em uma das poltronas. Não queria ter essa conversa na cama, as poltronas nos permitiriam mais distanciamento. Ela se sentou também. Eu não conseguia falar olhando nos olhos dela, então fiquei olhando pro chão e logo comecei.

- Eu não quero te perder, Ju. Eu não sei como seria ficar aqui dentro dessa casa sem poder conviver contigo, contar contigo, sem ter a tua amizade.

Minha voz falhou quando eu disse a última palavra.

- Eu não vou te abandonar, Sararah. Eu to aqui, a gente é amigas.

Ela parecia nervosa e angustiada com o que eu ia falar.

- Mas o que aconteceu ontem não pode mais acontecer, tá? Não aqui. Eu prometi pra eles.

Falei essa última parte bem baixinho, mas a verdade é que fora da casa eu pretendia tentar algo com ela caso a morena me quisesse, porém eu tinha feito uma única promessa pros meus pais antes de entrar na casa, que era não me envolver com nenhuma mulher. Já tinha descumprido uma parte dela, mas eu precisava voltar atrás e não fazer mais isso. Talvez ainda tivesse salvação. Eu seguia olhando pro chão.

- Olha pra mim, Sari.

Eu levantei o rosto e olhei pra ela, apesar da dificuldade. As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas e os olhos dela também estavam aguados.

- Eu entendo. Antes de qualquer coisa somos amigas e eu vou estar por perto pra te ajudar a passar por esse momento. Podemos manter nossa relação como ela era antes da festa de ontem, eu consigo entender perfeitamente, tá bem? Meu único desejo agora é que você se encontre, se liberte e possa ter uma vida plena de aceitação da pessoa maravilhosa que tu é. A sexualidade é só uma pequena parcela disso e não diz quase nada sobre o todo.

Eu suspirei aliviada com o fato dela continuar do meu lado, mas fiquei triste porque por mais que eu soubesse que tudo que ela tinha dito era verdade, meus pais não viam dessa forma. Doía meu íntimo saber que não era amada por eles e eu fazia de tudo para tentar conseguir aquela aprovação que sempre me faltou.

Ela levantou, veio até mim e deu um beijo carinhoso na minha testa antes de falar com aquela voz que eu tanto amava.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo.

A minha intenção realmente não era me afastar totalmente dela, mas eu ainda não sabia como íamos conseguir manter uma relação de amizade tão próxima como a que tínhamos depois de tudo que rolou na festa. Será que eu conseguiria ficar perto dela sem ter vontade de repetir os atos a todo instante? Será que era justo com ela? O que meus pais e o Brasil estavam pensando disso? Não era melhor continuar do que dar pra trás e ainda ser vista como a pessoa que magoou a crush? Uma confusão de questionamentos passavam pela minha cabeça e eu parecia a cada momento mais perdida.

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Oi, pessoal!

Voltei :) 

Desculpem a demora pra atualizar, mas minha vida é bem corrido e escrevo sempre com objetivo de me distrair, então às vezes vai demorar um pouco mesmo.

Por favor, curtam e principalmente comentem os capítulos. Sem esses comentários é difícil saber o que vocês estão achando e se vale a pena continuar com a fic.

Obrigada pelo carinho até aqui.

Beijinhos 

Be my girl - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora