Chapter Twenty-Eight- "Distance"

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“Foram tantos os beijos,Tantos foram os momentosForam concretizados os nossos desejos,E sempre ficarão os fragmentos

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“Foram tantos os beijos,
Tantos foram os momentos
Foram concretizados os nossos desejos,
E sempre ficarão os fragmentos. “- eu.
 

    Todos já passamos por uma situação que nos obrigou a mudar, fez com que nos tornássemos diferentes, para melhor ou pior, é indiferente. O que quero dizer é que as pessoas nos mudam, assim como as suas atitudes. Há coisas que nos marcam e não esquecemos. Essas mesmas coisas são importantes para nos definir, porque não é a alegria, a felicidade, e os momentos bons que nos transformam. São os maus. Os momentos maus deitam-nos abaixo, mas também nos fazem erguer. Fazem com que pensemos nos erros, lutemos e aprendamos, são eles os que todos nós devíamos pensar mais.

Por exemplo, se não conhecerem o meu passado, a Sophie e eu, o Harry, os meus pais, o resto da minha família, então não sabem nada sobre mim, apenas quem sou por fora, mas e os motivos? Eles estão sempre lá, apenas optamos por não os ver para não tornar tudo mais complicado. Mas eu não me preocupo com o complicado, apenas com quem as pessoas são e porquê. Não é curiosidade, é apenas tentar entender, procurar sempre o sentido das coisas. Não posso julgar alguém por uma atitude, se não sei o que a levou a ela.

Ok, pensando melhor. Há coisas que não tem justificação, há coisas que acontecem sem motivo. Mas aí poderemos considerar essas pessoas realmente más. Quando fazemos algo por pura maldade, então somos definitivamente maus, mas se acontecesse porque algo nos magoou no passado e não conseguimos evitar, somos assim tão ruins como pessoa? Penso nisto todos os dias, e espero que aconteça como vejo da minha perspetiva, porque se não for… então eu serei considerado uma pessoa horrível por todos os erros que já cometi.

   Isabella e eu não temos conversado muito, o clima ficou meio estranho depois de tudo o que ela descobriu e do que aconteceu depois. As aulas decorrem normalmente e já estamos em janeiro, ou seja, mais cinco meses e abandono o ensino médio. Mal posso esperar. O ensino médio mexe com as nossas cabeças. A cada erro que cometemos é nos apontado o dedo, a cada queda que damos, alguém ri de nós, a cada passo, estamos sempre a ser julgados. Não há paz, não há liberdade. Apenas uma centena de olhos críticos que estarão sempre pontos para te criticar, mas nunca para tentar ajudar-te ou entender-te. Acho que isso foi um dos motivos de não deixar que ninguém se aproximasse de mim, não penso que haverá alguém aqui a quem possa dar uma oportunidade, são todos iguais, todos farinha do mesmo saco, uns apenas disfarçam melhor do que outros.

    A felicidade é um sentimento passageiro, mas falemos da dor. Ela alguma vez nos abandona? Apenas é atenuada pela raiva, alegria temporária, desejos… Mas nunca vai embora, passem os anos que passarem, ela continua connosco. Atormenta-nos a altas horas da madrugada, obriga-nos a desistir, leva-nos ao fundo do poço, a dor não desaparece. Ela permanece, escondida às vezes, e escolhe o melhor momento para nos atacar. Porque é uma manipuladora, e quando menos esperamos, ela vem.

- Jack, e se estivesses atento à aula? – a voz de Emily Lewis, a professora de Literatura soa pela sala de aula e ouvem-se risinhos. É disto que eu estava a falar.

Enfim, aceno com a cabeça como pedido de desculpas e ela encolhe os ombros voltando a explicar um assunto qualquer. Isabella chama à minha atenção e sorri para mim. Ela está bonita, os seus cabelos estão ondulados, os brincos simples de pérolas me fazem lembrar o quanto ela é preciosa. Seus lábios possuem um tom avermelhado, e ela usa uma saia vermelha florida e uma blusa preta de alcinhas, completando com uma bota de salto preta. Ela é linda. Mas não somos feitos um para o outro e ambos sabemos. É melhor desistirmos enquanto ainda ninguém sente nada, do que ela sair magoada.

Não aguentarei magoar mais alguém no mundo, não dessa forma.
Porque foi por tanto me magoarem que me tornei Jack Smith, um “caro frio que se acha o maior por ter os melhores carros, um mimado, e um babaca pegador”. Continuo a preferir a busca da minha verdade, porque só a verdade nos traz os segredos que precisamos de obter para conhecer alguém.  Somos feitos de segredos e quantos mais contamos, mais a nossa armadura cai. Por fim, quando alguém souber dos nossos maiores medos e traumas, mais facilidade ela terá em nos atacar e partir o coração.

Não estou disposto a correr esse risco, nem mesmo que ela pareça um anjo, nem mesmo por ti, Isabella. Sei que sempre vais merecer melhor, e que eu nunca te poderei dar o que tanto precisas. Não posso deixar que me conquistes, não me permito sentir há muito e não posso deixar que mudes isso, não me podes fazer voltar a viver, não quero que passes o resto dos meus dias a tentar. Não quero que vivas uma fantasia. Não quero amor na minha vida, não te quero. Quero distância, e vais ter de dar-ma.

DARK DEMONS. Onde histórias criam vida. Descubra agora