Chapter Thirty-Eigth- "Alive"

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“Even thougth the sky is falling down, don´t let me go”- Falling skies- Charlotte Lawrence ft

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“Even thougth the sky is falling down, don´t let me go”- Falling skies- Charlotte Lawrence ft. YUNGBLUD.


  A prova de que a vida é uma filha da puta, é o facto de eu estar vivo. Não diziam que na terceira era de vez? Estavam errados, nem morrer eu consigo. O meu corpo todo dói nesta maldita cama de hospital que estou há semanas devido a todas as cirurgias e merdas que passei. Marcel e Sally pagaram aos melhores médicos para tratar de mim, mas eles nunca me trataram com cuidado, nunca se importaram, porquê agora? Agora não quero o amor deles, não quero as migalhas.

Não sei como sobrevivi, e o meu corpo está com várias ligaduras, mas eu simplesmente estou aqui, vivo.  Estive tão perto de ti, Sophie. Katherine Williams, Harry Gonzalez, Marcel e Sally Smith, Alec Roberts e Isabella Lopez estão na sala de espera, segundo a enfermeira bonita. Ela pediu-me para perguntar quem quero chamar primeiro, e eu respondi contra a minha vontade, mas para fazer isto da forma certa: Harry Gonzalez.

- Hello Brother. – Harry soltou com um sorriso assim que entrava, dando ênfase a como nos tratávamos antigamente, devido a termos sido obrigados por Sophie a ver Diário de um Vampiro. – é mesmo vaso ruim, ein? Nem na terceira vez. – ele riu, mas eu vi a preocupação em seus olhos. Eu também ri, mas meus olhos se arregalaram com a dor nas costelas e eu logo parei.

- Eu perdoo-te Harry. Foste o meu melhor amigo durante imensos anos e passamos por muita merda juntos. Sophie era especial para todos os que a conheceram, e entendo que tiveste de ir para longe para tentar viver, admiro a tua coragem. Não que considere correto ou tenha de fazer o mesmo, mas entendo. Acima de tudo, puseste-te em primeiro lugar, e tudo bem, precisavas disso e eu respeito imenso a tua decisão. Preciso que fiquemos bem caso eu tente uma quarta vez. – disse a última parte com um sorriso, mas não era brincadeira.

- Nem brinca, cara. - ele se aproximou para me abraçar e depois de conversarmos um tempo, ele saiu, chamando a próxima: Katherine Williams.

- Seu Bon Bon está aqui, cara. – ela estava muito bonita com seu cabelo amarrado desajeitadamente e com uma roupa simples.

- Eu aprovo seu romance, Bon Bon. És incrível, muito bonita, e passaste por diversos obstáculos, até mesmo pela exclusão e discriminação e ainda sorris. Harry é forte também, e acho que realmente vocês ficarão bem e felizes juntos, é tudo o que mereces, mas vai com cuidado, por favor. Só eu poderia partir seu coração.

- E partiste. Mas está tudo bem, eu sempre soube, apenas me iludi. A tua garota está lá fora também, pensei que ela pudesse ser a primeira a ser chamada. – engoli em seco. – De qualquer forma eu e Harry somos só amigos, fantasias muito.

- Chama-lhe de fantasia, mas queres tornar realidade. – ela corou e depois de alguns minutos chamou Sally e Marcel. Eles entraram de cabeça baixa e eu apenas sorri.

- Eu não vou comentar o quanto vocês uns pais de merda durante estes anos todos. Eu quase morri diversas vezes e muitos dos traumas que tenho, os verdadeiros culpados estão na minha frente. Implorei anos pelo vosso carinho e amor, mas nunca recebi nada disso. Nunca se importaram, odiavam a Sophie por ser atenta a mim. Eu amava a minha irmã e não tinha um pingo de inveja dela porque sabia que ela merecia o mundo, mas realmente doía ver a diferença de atitudes de um filho para o outro. Não me trataram como filho, mas sim como um pedaço de lixo descartável. O dinheiro não cobriu a falta do vosso amor, nem os bens materiais como os carros, apenas usei isso para tentar preencher o vazio, mas nunca resultou. Eu amei-vos mesmo quando não me amaram, e tive sempre esperança até ela morrer. Pouco tempo depois ouvi sobre a “suposta” violação de Sally e fiquei magoado. Não por esse ser o motivo, porque entendo que ser filho de um trauma deve ser complicado, e magoar muito ao trazer lembranças más, mas descobrir que isso era mentira? Para além de ter nascido sem amor, fiquei privado do meu pai biológico que teve o erro de cair em drogas, mas nunca de tocar na minha mãe sem autorização, passando anos e anos numa cadeia sendo inocente? Isso é a definição de cruel, e isso é quem vocês são.

- Jack…- Marcel tentou falar e eu o interrompi.

- Não temos mais qualquer tipo de ligação, faço dezoito anos daqui a umas horas, e deixo de ser uma responsabilidade vossa assim como o peso que sempre fui. – a esta altura ambos choravam, mas eu mantive-me irredutível mesmo que por dentro estivesse estilhaçado.

-  Filho, por favor…- Sally ainda tentou, mas eles tiveram todas as oportunidades do mundo e eu não tinha mais tempo aqui.

- Peço-vos que saíam, por favor. Na saída chamem Alec Roberts. – eles olharam surpresos para mim e depois de muita insistência saíram. Mas não entrou somente Alec Roberts, mas uma menina da minha idade ruiva acompanhava-o, sendo a provável filha da sua esposa.

- Jack, esta é a Claire, que imagino que saibas quem é. Ela quis conhecer-te porque ficou animada com a ideia de ter um irmão postiço. – ela sorriu em minha direção enquanto o meu pai passava as mãos pela barba e pelos cabelos nervoso.

- Olá Claire, prazer em conhecer-te. – acenei em sua direção.

- Finalmente na presença do famoso Jack, o Alec passava a vida a falar de ti, enfim, és o filho favorito. – eu ri, e ela despediu-se com um sorriso deixando-nos a sós.

- Era tudo mentira, Alec. Não houve violação. Não houve abuso, Sally inventou tudo porque não queria que eu tivesse um pai viciado. O tempo de visitas está a acabar e eu preciso de falar com Isabella, mas eu precisava urgentemente de dizer isso, foi preso injustamente. Foi privado da minha vida e da minha infância, sem chance de recuperação. Eu lamento isso e gostava que as coisas fossem diferentes, mas já fez diferença saber que realmente não me esqueceu e se importou em procurar-me, quem me dera que tivéssemos mais tempo. – sussurrei a última parte.

- Agora temos todo o tempo do mundo, Jack. Vou entrar com um processo contra eles por tudo o que te fizeram passar, agora tens uma família. – dei um sorriso amarelo com a sua primeira fala.

- É, temos todo o tempo do mundo. – ele aproximou-se com alguma relutância e deu-me um abraço que aproveitei, despedindo-me. Ele saiu e eu fiquei nervoso à espera de Isabella. Assim que ela entrou com uma de suas saias justas e uma camisola de mangas bonita, eu sorri.

- Jack, fico tão feliz por finalmente teres acordado e estares recuperado. Foram longos dias de cirurgia. – ela aproximou-se e tocou a minha mão. E eu senti um formigamento na região e o meu estômago se contorcer. Eu deveria ter percebido que ela seria diferente, que ela seria a pessoa de quem Sophie me falou, e deveria ter aproveitado melhor o tempo. - Precisamos de falar sobre o baile.  – ela sussurrou baixinho, com alguma dúvida sobre continuar.

- Só beijaste o Leonard em vingança, certo? – ela acenou com a cabeça em um sorriso tímido. – estamos bem, sempre estivemos. No fim, voltamos sempre um para o outro. Agora, onde está o meu beijo? – ela sorriu e inclinou-se deixando um beijo nos meus lábios, que aproveitei ao máximo. Rimos muito e conversamos sobre algumas coisas, até a enfermeira dizer que eu precisava de descansar e Isabella triste se levantar, despedindo-se de mim. Eu sorri-lhe e disse-lhe que fosse:

- Jack? – ela parou na porta e olhou para mim.

- Sim?

- O que tanto escreves nesse caderno dourado que anda sempre contigo? Às vezes dou por ti a escrever do nada. – ela perguntou curiosa e eu olhei para o caderno em cima da minha cama, preto e dourado e sorri.

- Em breve descobrirás, Bella. Agora, vá, preciso de descansar. – eu enxotei-a na brincadeira e esperei que ela saísse até voltar a abrir o caderno, pedindo uma caneta à enfermeira.

Traduções:

“Mesmo que o céu esteja caindo, não me deixe ir” - Céus caindo - Charlotte Lawrence ft. YUNGBLUD.

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