DARK DEMONS.

Chapter Thirty- Two "Abandoned"

"I can see you hurting, I have been through the same thing" - Bebe Rexha- I got you.

Quando menos esperamos, as pessoas deixam-nos para trás ao escolher ir embora, e todos os que passaram pela minha vida, tomaram essa decisão. Infelizmente, eu também já tive de o fazer inúmeras vezes por saber que sou pura tempestade, eu sou o caos, e não há forma existente que me faça parar, apenas destruo tudo o que me rodeia. Esse é o meu medo ao aproximar-me de qualquer ser que seja. Que no fim, o final seja o mais esperado, simplesmente acabará ferido ou despedaçado, e o meu desejo não é acabar com a existência ou motivo de tal, de alguém. Infelizmente, Katherine não me deixa por muito tempo sozinho entre meio a meus pensamentos.

- Em que é que estás a pensar, Jack? - Katherine está linda. Veste uma calça jeans simples e uma blusa fina de alças vermelha, com uma bota de cordão. O cabelo dela está perfeitamente encaracolado e brilhante, e eu me distraio um pouco com seu sorriso, em meio à sua pele incrivelmente bonita.

- Algo que não pensarias, Katherine Williams. - Olho ao nosso redor para uma pequena sorvetaria em tons pastéis e decorada com o objetivo de nos relembrar a época dos anos 80. Foi Katherine que me apresentou este lugar e estarei eternamente agradecido.

- Surpreende-me, Smith. - Seu sorriso é divertido, ela se inclina para mim entusiasmada.

- Já pensaste em como todos nos deixam em um momento ou outro? - Digo isto com um cigarro entre os dedos e ela me observa levá-lo á boca e soltar a fumaça. - No fundo, só podemos contar connosco, o resto é resto e apenas vão embora mais tarde.- Desabafo, como se não me importasse, mas é mentira.

- Eu acho que isso acontece somente até encontrarmos alguém que ficaria connosco até ao fim, essa pessoa existe, talvez apenas ainda não a encontraste ou não a identificaste como tal, mas um dia vais perceber que quando precisares de desistir, essa mesma pessoa te apoiará e te incentivará a lutar, em vez de se ir embora. É no que eu acredito, é a minha única esperança. - Katherine sorriu e levantou-se.

- Onde é que vais, Katherine? Está quase de noite.

- Vamos à praia, Jack. Adoro a praia à noite, demonstra a sua verdadeira beleza. - Surpreendi-me com a sua fala, lembrando-me de quantas vezes disse o mesmo a Sophie e logo me levantei.

Caminhamos em uma conversa animada pelas ruas e apercebi-me do quanto ela era especial. Katherine era simplesmente especial demais para mim e todo o meu caos, mas ainda assim eu a segui e sorri para ela de todas as vezes que pude. Assim que chegámos ao meu paraíso e inferno, ela apenas tirou suas roupas, ficando apenas com as interiores e correu em direção à água gelada. Por um momento hesitei, mas logo repeti o gesto e corri na direção dela, sentindo um arrepio ao perceber o quão fria a água se encontrava.

Katherine sacudiu a água me atingindo e eu fingi estar chateado antes da retaliação, ela caiu na água e eu a levantei, a segurando enquanto a lua iluminava seu rosto. Os meus olhos percorriam todo o seu rosto e fugiram por breves segundos para o seu corpo, e quando menos esperei, ela me beijou.

Os seus lábios tocaram os meus de forma doce, e eu a levantei fazendo com que suas pernas entrelaçassem a minha cintura. Suas mãos percorreram as minhas costas e uma das minhas segurava seu pescoço enquanto tinha um dos beijos mais especiais da minha vida, era simples, era leve. Eu caminhei em direção à areia e logo nossos beijos continuaram, mas eu não resisti ao instinto de descer a minha boca para o seu pescoço. Assim que fiz isso, apesar de ela se ter arrepiado e seu corpo corresponder ao meu toque, ela empurrou-me. Olhei confuso para ela, e talvez magoado, ela virou-me as costas, vestiu as suas roupas e foi em direção ao carro, deixando-me a olhar a fúria do mar, misturando-se com a minha, de não conseguir fazer nada direito.

- Não há nada de errado contigo, Jack. Eu sou virgem, e não quero que a minha primeira vez seja apenas especial para mim. - Foram as primeiras palavras de Katherine assim que cheguei ao carro.

Eu caminhei em direção a ela, abracei-a e dei-lhe um beijo na testa, enroscando-a na minha jaqueta. Logo dei partida no carro e em alguns minutos ela estava de volta a casa. Uma luz em sua casa acendeu, e nós nos encaramos. Saímos ambos do carro e um rapaz alto e forte estava no portão. Ele era negro, tinha o cabelo rapado, lábios grossos e alguma barba. Ele apertava seu casaco contra o corpo e se aproximou de mim.

- Quem és tu e o que fazes com a minha irmã? - Eu sorri com a pergunta, era bom saber que Katherine tinha mais alguém que a pudesse ajudar no que precisasse.

- Jack Smith, muito prazer. - Estendi a minha mão, mas ele não apertou. - Fui eu que ajudei Katherine a sair daquela festa e a livrar-se de Octavia. - Ele sorriu para mim e apertou minha mão.

- Já ouvi falar de ti, Jack. O meu nome é Henry Williams e sou o irmão mais velho de Katherine, terminei o ensino médio no ano passado. - Trocamos um olhar cúmplice e ambos se despediram de mim com um sorriso.

Observei a casa humilde e apercebi-me que dinheiro não era nada comparado a amor, e trocaria um pelo outro facilmente. Lembrando-me da situação da festa e comparando Octavia e Katherine, me apercebi do que já deveria. É claro que há motivo para inveja, Katherine é linda, inteligente, e provavelmente apesar das adversidades da vida continuou humilde e fantástica. Isso sempre incomodará quem não tenho objetivos definidos a não ser gastar o máximo possível dinheiro dos país e ser a principal líder de torcida. Ao contrário dela, Katherine sabia o que queria e que tinha de lutar por isso. Desta vez não foi Katherine quem interrompeu meus pensamentos, mas sim o meu telemóvel. Quando vi "Isabella "na tela, apercebi-me do quanto queria atender e do quanto sentia a sua falta. Contrariando a mim próprio, cliquei no botão de terminar chamada, entrei no carro e fui para casa, não sabendo que em casa, algo estaria prestes a perturbar a minha paz.

Traduções:

"Eu posso ver você sofrendo, eu já passei pela mesma coisa" - Bebe Rexha- Eu peguei você.