Chapter One- "Beacon Hills College"

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"Foram tantas as vezes que pensei em desistir.
Desistir é considerado fraqueza.
Mas eu sei que não sou fraca em deixar-te partir.
Comecei a ver-te com clareza.” – EU.
 

    Acordei por volta das cinco da manhã e sentado no conforto da minha cama, esperava pacientemente que o sol nascesse

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    Acordei por volta das cinco da manhã e sentado no conforto da minha cama, esperava pacientemente que o sol nascesse. Era um hábito que me trazia tanta tranquilidade e desde pequeno se tornou uma rotina. Procurei pelo meu telemóvel e logo me deliciei ao ouvir Lost- Ollie. A música simplesmente encaixava na perfeição com o meu estado de espírito, como se tivesse escrita para mim, como se fosse sobre mim. Canto baixinho alguns versos sentindo a profundidade de cada palavra:

“And I don’t know why
Something ain’t right
If I never wake up
Then maybe I’ll be alright”

Fecho os olhos sentindo a melodia da música que me envolve, sinto a brisa da matina agitar levemente as cortinas da janela do meu quarto, e penso que talvez fosse melhor se eu fechasse os olhos e nunca mais abrisse, provavelmente todos ficariam mais alegres, mais aliviados, com menos um peso em cima.
Não consigo evitar colocar a música em um replay contínuo, sem nunca me cansar de a ouvir e sentir por trás de palavras o que ele quer dizer:

“Lately, I don’t even really know myself
Push away anybody that would help
Tried to be the person I was
But there ain’t nothin’ left, I’m goin’ through hell
Feel dead inside, I’m just goin’ through the motions”
 

Eu também estou a afundar, a pessoa que eu era antigamente não se compara à de agora, nem sequer me consigo lembrar da última vez que sorri depois da sua partida. Sinto-me abandonado, mas sei que não fui. No fundo, o único culpado fui eu quando a deixei partir, isso é inegável. Infelizmente ou felizmente o tempo não é infinito e eu já estou atrasado o suficiente para ouvir o meu pai berrar por mim no andar debaixo.

- Jack! Veste-te e desce para comer alguma coisa. - O meu querido pai, fala com a mesma voz de sempre.-  Apresento-vos Marcel, meu pai. Ele tem uma história de amor incrível e romanticíssima com minha mãe e eu simplesmente não aguento mais ouvir falar sobre isso. Eles não se importam comigo, nunca conseguiram estar presentes, eu só optei por agir da mesma forma.

Enfim, estou pensando demais e vou chegar atrasado, não que eu me importe, mas não estou com grande humor para ouvir sermão, afinal, temos de manter as aparências, certo? Levanto-me com preguiça e tomo um banho rápido, penteando meu cabelo escuro, quase no tom preto, para trás. Visto uma t-shirt e umas calças pretas e pego a minha jaqueta de couro. Calço umas sapatilhas e saio a correr do meu quarto com a mochila no meu ombro. Eles não fazem questão de me dar bom dia, então eu saio sem dizer nada em direção à paragem de autocarro, para poder ir para o inferno daquela escola.  

      O autocarro demora um pouco a chegar, e vejo uma garota nova ao meu lado, reparo que está um pouco nervosa, mas não me desperta qualquer interesse. Sinto o seu olhar sobre mim e tento não ser grosseiro, mas as palavras escapam da minha boca demasiado rápido.

- Que tal uma foto? Sempre dura mais tempo e dá menos nas vistas.- Vejo-a remexer-se no banco, um pouco assustada com a minha resposta. Ela não vale o meu tempo, nem ninguém.

- Desculpa. - ela fala baixinho o suficiente para eu escutar, mas ignoro.

A viagem demora apenas dez minutos, de minha casa à escola, então às vezes, acordo cedo e caminho até lá, numa tentativa de me tranquilizar. Outras vezes utilizo um dos muitos carros dos meus pais e dirijo. O autocarro finalmente vem e eu subo sentando-me num lugar qualquer da janela colocando os meus fones e Ellie Goulding – Ligths começa a tocar lentamente e com sua voz doce.
As primeiras palavras da música me atingem como um furacão. Eu sinto como se eu fosse desmoronar ali mesmo e observo o autocarro: gente demais. Nunca ninguém viu Jack Smith chorando e não será hoje. E isso foi o suficiente para eu me acalmar até chegarmos aonde ninguém queria. A escola, a maldita escola.

Embora eu finalmente esteja no tão desejado último ano, estou demasiado cansado das pessoas que aqui me rodeiam. É incrível como não evoluem, continuam sempre os mesmos seres desprezíveis. Dizem que o último ano do ensino médio é o mais complicado e intenso devido a termos de nos separar de quem mais amamos, então ainda bem que não gosto de ninguém daqui.

Mas vamos lá, último ano, passa o mais rápido que puderes, por favor. Não quero surpresas, só que te despaches a acabar.

Mal sabia eu que teria imensas surpresas.
  

Traduções:

"E eu não sei porque
Algo não está certo
Se eu nunca acordar
Então talvez eu fique bem".

"Ultimamente, eu nem mesmo me conheço de verdade
Afastei qualquer pessoa que pudesse ajudar
Tentei ser a pessoa que eu era
Mas não sobrou nada, estou indo pelo inferno
Sinto-me morto por dentro, estou apenas seguindo os movimentos. "

DARK DEMONS. Onde histórias criam vida. Descubra agora