Chapter Ten- "Wow... Old best friends"

137 17 13
                                    

"You keep telling me that I am free to go, But I am addicted to you

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"You keep telling me that I am free to go, But I am addicted to you." - Michele Morrone- Hard for me.

Harry e eu nos conhecemos quando eu tinha uns dez anos. Ele era um dos melhores amigos de Sophie, como ela era dois anos mais velhos que eu, ele também o era. Ele sempre conquistou todas as meninas que queria, mas só tinha olhos pra Sophie e eu o entendo. Sophie era linda, tanto no seu interior como exteriormente, se seu exterior atraía com certeza seu interior conquistava com sua humildade e doçura, o seu cabelo castanho claro e liso batia em sua cintura, ela sempre o quis pintar de preto, mas eu sempre gostei dele assim, seus olhos eram da cor de seus cabelos. Ela era alta, tinha um corpo que fazia inveja a muitas, tenho a certeza.

Eu via a forma como Harry olhava para ela desde sempre. Ela o fez prometer que se um dia, ela partisse ele teria de cuidar de mim e garanto Sophie, ele tentou o máximo que pode. Harry era loiro de olhos verdes, o que partia o coração a muitas, mas só uma lhe partia o coração. No fundo acho que Sophie gostava dele, ela era apenas um pouco complicada demais. Talvez se ela tivesse vivido mais do que dezasseis anos, eles tivessem ficado juntos e eu faria de vela de todas as vezes que estivéssemos juntos, mas eu estaria minimamente feliz, porque se havia pessoa no mundo que merecia a felicidade, era Sophie. Ela sempre me disse que um dia eu iria ter um grande amor que me ajudaria a ultrapassar toda esta merda, mas esse amor nunca chegou.

Todas as vezes em que penso no quanto eramos felizes quando estávamos na companhia um do outro, a dor no peito surge e é como se doesse tanto, como doeu quando eu tinha quatorze anos. É como se a dor nunca diminuísse ou parasse, mas sim cada vez ficasse maior. Não diziam que o tempo curava? O tempo apenas me sufoca mais, já é tempo demais sem o seu sorriso e a sua gargalhada ridícula, é tempo demais sem os nossos mergulhos, já é tempo demais sem Sophie. E é por isso que quantos mais dias eu aqui passo, mais vontade de ir embora eu tenho. É como se nada me prendesse aqui, e talvez nada prenda. A dor no peito fica cada vez maior e sinto a típica falta de ar. Sinto as minhas mãos a tremer e tento inspirar e expirar, mas não está resultando. Não devia ter vindo aqui, não deveria ter voltado à praia. Mas é o lugar onde a sinto mais perto. Sinto meu coração bater rápido demais e sinto como se eu fosse morrer e entro em pânico.

Ouço alguém chamar pelo meu nome, mas eu não vejo quem é, sinto seu perfume angelical e ela me embrulhar em um abraço enquanto diz que vai ficar tudo bem. Ao seu lado ouço uma voz de criança. Aos poucos a calmaria chega, e pergunto-me como é possível? Olho pra Isabella que está com vestido de praia e ao seu lado um garoto com uns sete anos, penso ser o seu irmão, mas não pergunto. Levanto e saio correndo para o mais longe que possa desta garota.

***

Sou Jack Smith e nunca fui amado por ninguém. Todos sempre me olharam de lado, mas estou repetindo a conversa da primeira vez. Às vezes quando mergulho no mar eu quero ir mais longe, sei que não sou capaz e não tento. A vida não é feita de falhanços? Eu sou um.
Minha vida foi dificultada desde sempre, eu era ruim em matemática e ótimo em História, Geografia e Literatura. No início, meu pai queria que eu fosse arquiteto, tal como ele, mas depois começou com a ideia de eu ser advogado como minha mãe e não tirou mais essa ideia da cabeça. Escrever sempre foi minha paixão. Visto que eu sempre fui meio isolado, escrever era um escape da realidade, mas nunca achei nada suficiente bom para partilhar com alguém. Sophie sabia sobre esse meu hobbie, embora nunca tenha deixado ela ler alguma coisa, devido a ser meio pessoal demais, sempre descarreguei lá todos os meus sentimentos.

As crianças da escola afastavam-se e apontavam-me o dedo. Foi daí que nasceu minha tolerância zero, tolerei tanto que agora não tolero nada. Harry dizia que eu precisava de alguém calmo e doce, mas que me fizesse ter gosto pela vida. Nunca encontrei alguém assim, acho que nunca ninguém me iria fazer gostar de morar neste inferno. Este lugar tem apenas memórias más, de tudo o que eu passei quando tive de vir para cá. O meu quarto foi decorado por mim com o tempo e ficou ótimo, mas o resto da casa não me agrada, nem as pessoas. Nunca gostei de ouvir um "Não", mas sempre foi a palavra que mais pronunciei para todos. Odiava quando me diziam que não podia seguir o que eu queria, não poderia ser quem eu queria ou não podia usar o que eu queria. Odiava todos os Não's que me impunham. Sempre fui livre e nunca deixaria alguém tirar-me a liberdade de ser eu mesmo. Porque podem tirar-me tudo, tiraram Sophie, eu próprio tirei Harry, mas nunca me tirem a minha essência ou liberdade.

Não sei a partir de que momento eu realmente me comecei a sentir de forma estranha e com vontade de ir embora para longe, mas sei que começou cedo. Marcel e Sally não eram presentes, muito menos faziam questão disso. Eu sou do signo Peixes, o que explica o quanto sou sensível às mínimas coisas, meu aniversário é no dia dezoito de março e nunca recebi um Feliz Aniversário deles. Isso sempre me afetou, mas eu sempre fingi que nada que eles fizessem tinha importância para mim. Sou bom nisso de esconder o que sinto, pois, ganhei muita experiência. Às vezes, durante a noite eu tinha pesadelos, e como pais presentes, um deles viria e me perguntaria o que se passava, e esperaria que eu dormisse para ir embora. Mas isso nunca aconteceu, eles não estavam ou então não se importavam. E eu não percebia porquê.

Ainda não sei se foi bom ter descoberto a razão pela qual fui tratado de forma tão fria e como se fosse um peso disto tudo. Sei que eu dou trabalho, sei que os psicólogos são caros, mas dinheiro não é problema e trabalho todos os filhos dão. Sempre tive inveja das outras crianças, até mesmo as que tinham só um pai, porque eu tinha dois e nenhum deles alguma vez se importou se eu me sentia mal. E o que mais doeu foi saber quem sou.

Traduções:
"Você fica me dizendo que eu sou livre para ir, mas estou viciado em você."

DARK DEMONS. Onde histórias criam vida. Descubra agora