idk. {zourry}

harry.

São quase oito da noite quando os três saem do cinema, rindo de qualquer piada idiota de Louis no caminho até o carro de Zayn, que daria carona para os dois antes de ir para o jantar semanal dos Malik.

Ainda é sexta-feira e eles provavelmente não se verão durante o final de semana, assim como vai ficar quase impossível passarem algum tempo juntos nos próximos dias. O time vai jogar na próxima sexta, Louis e Zayn vão treinar até a exaustão e Harry vai estar ocupado com o clube de fotografia. Ele precisa terminar uma exposição e escolher para quais universidades vai mandar seu portifólio em busca de uma vaga. Mas antes disso ele precisa montar o tal portifólio.

No carro, Louis vai no banco de trás com Harry, que sempre fica todo manhoso e querendo dengo depois de gozar. Ele deita a cabeça no ombro do mais velho, conversando baixinho com os jogadores enquanto recebe de bom grado a mão de Tomlinson lhe fazendo cafuné.

O assunto, que tem dominado qualquer conversa deles nas últimas semanas, é a universidade. Um futuro próximo, mesmo que ainda incerto. Harry só queria um sinal de que era correspondido, só queria algo que o fizesse ter certeza que os dois queriam arriscar uma vida em três depois do colégio. No meio de tanta ansiedade, ele tentava se lembrar de que ainda são adolescentes e que nada precisava ser tão sério.

Nesses momentos, o cacheado lembra do primeiro encontro que tiveram alguns meses atrás. Na ocasião, quando perguntou se Louis e Zayn queriam algo sério, ele teve como resposta que sim, tentariam ser três e descobrir como fazer dar certo. Depois daquele dia, apesar de terem ficado cada vez mais próximos, eles tiveram pouquíssimas conversas sobre o que tinham de fato: eles apenas eram.

Nenhum dos três beijava outras pessoas, era um relacionamento fechado sem um acordo verbal e por um tempo isso bastou para o cacheado. Agora, cada vez mais, ele sentia a necessidade de verbalizar o que eram.

A vida estava se impondo e breve eles teriam que decidir se queriam viver, ou pelo menos tentar, uma história juntos. Não era um pedido de casamento, longe disso, mas era um peso maior no relacionamento que já tinham. Era a necessidade de um título.

Ele sabia também que os dois tinham suas dificuldades, apesar de nenhum deles demonstrar muito suas inseguranças, Harry sabia que Zayn duvidava que alguém pudesse gostar dele por si só... Ser filho de um multimilionário (mesmo que numa escola de altíssimo padrão como a deles) e um dos melhores jogadores da escola atraia muitas pessoas interesseiras, que pouco se importavam com ele de fato, e nos primeiros anos do colegial ele tinha confiado em muitas dessas pessoas só para ser decepcionado em seguida. Isso sem falar na própria família dele, que ignorava o fato de Zayn gostar de garotos porque esse tipo de coisa deve ser escondida, enquanto tentam empurrar para ele filhas de sócios da empresa como se elas fossem meros objetos, só porque seriam uma escolha muito melhor para o futuro. Como se ele pudesse escolher quem vai amar.

Louis também sofria com seus próprios demônios, filho mais velho e único homem da família por anos, ele sofria com uma pressão enorme para ser o filho perfeito e responsável. Obviamente namorar dois garotos não se encaixa na definição de filho perfeito. Apesar de saber do amor que sua mãe tem por ele, do apoio de sua família, ele ainda se perguntava se teria o mesmo carinho de todos quando assumir que ama duas pessoas que também se amam.

Era tudo muito confuso e, em três, eles funcionam melhor discutindo pouco sobre os sentimentos e demonstrando mais. Só que Harry, como qualquer adolescente apaixonado, vivia por declarações que nem ele conseguia proferir ainda. Céus, qual deles daria o primeiro passo?

Ele quer falar sobre como tem quase certeza que os ama, sobre como sente que pode ir direto ao paraíso toda vez que estão juntos, sobre como ama as piadas internas, sobre como ama quando Zayn o puxa para perto e o beija sem dizer nada, demonstrando um carinho que só se reserva para alguém querido.