planos.

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Quando chegaram na escola depois de encontrar Audrey na cafeteria, os três tentaram focar em outras coisas para se distrair do fato de que não havia muito o que fazer. Eles chegaram separados, como planejado, e provavelmente não se encontrariam mais pelo resto do dia.

Zayn, que na cafeteria tinha ido de silencioso e um tanto cabisbaixo (Louis e Harry tinham notado isso na mesma medida) a alguém que conseguiu fazer uma líder de torcida calar a boca com uma resposta atravessada, agora tentava manter o pensamento positivo de que em breve tudo iria se encaixar.

Não durou muito tempo, mas ele tentou.

O prazo para enviar a inscrição para a NYU era até o final da semana e a universidade de Sorbonne tinha dado mais duas semanas, então ele precisava organizar uma documentação extensa e insuportavelmente específica para enviar junto do seu portifólio. Harry ainda estava trabalhando nas fotografias, mas tinha prometido que ficariam prontas até quarta-feira.

Indo de uma aula a outra sem conseguir focar em muita coisa, Zayn só conseguia pensar em um futuro onde estivessem os três juntos sem se preocupar com a opinião dos outros. Ele e Louis, quando eram apenas os dois, não faziam questão de esconder que tinham uma amizade colorida (ou o que quer que fosse aquele relacionado deles), mas ter Harry nessa nova dinâmica fazia as coisas mais complicadas, embora infinitamente melhores.

Parando para pensar, Zayn deveria estar aproveitando mais. Qualquer adolescente que se preze estaria adorando pegar as duas pessoas mais lindas da escola ao mesmo tempo com a adição da adrenalina de ter que fazer escondido porque o proibido é sempre mais gostoso.

Se fosse apenas sexo casual, como era no começo, talvez ele não visse o lado ruim disso, mas desde quando admitiu seus sentimentos para si mesmo tem sido difícil não querer apenas ser com eles.

Zayn, no fim das contas, era um cara simples: só queria um futuro tranquilo com seus namorados, terminar a faculdade, arrumar um emprego em uma galeria de arte ou algo assim, viajar o mundo com eles, ter sua própria vidinha longe de Doncaster, adotando um animal de estimação em alguns anos, talvez. Tudo o que um casal normal poderia ter se quisesse, mas que era mais difícil quando eram três pessoas em um relacionamento.

Nesses momentos onde as pessoas pareciam procurar em sua vida qualquer mínima coisa para poder falar, era difícil não parecer um Romeu do século XXI: triste pelos cantos porque seu amor era proibido.

Okay, ele sabia que aos 17 anos ninguém deveria estar tão perdidamente apaixonado assim. Mas, bem, ele estava e essa era a maior certeza em sua vida no momento.

Tentando não se afundar em pensamentos que o deixariam pra baixo (como a preocupação com o que sua família vai fazer quando ele deixar claro que não pretende ser o próximo CEO da empresa ou, pior, quando ele revelar que está apaixonado por Louis e Harry), Zayn tenta ser prático como Tomlinson seria: ele precisa de um plano.

Toma quase todas as aulas da manhã, mas quando o sinal para o almoço toca Malik já tem uma vaga ideia do que fazer para tomar as rédeas de sua vida. (Na verdade, ele percebeu que já pensava de forma inconsciente nisso por muito tempo, porque uma ideia elaborada como a que teve não vinha tão fácil assim).

Para que ele tenha pelo menos a chance de um futuro como o que sonha, Zayn precisa ser esperto e, mais do que qualquer coisa, ser um bom negociador. Além disso, precisa ser honesto consigo mesmo: viver de arte pura e simplesmente sem qualquer apoio financeiro hoje em dia é quase impossível, então abrir mão do dinheiro que era seu por direito seria decretar o fim da sua carreira de artista.

Ele sabia que em algum momento teria que lidar com o fato de que a vida não é um morango e, além dele, ninguém mais poderia comandar a empresa da família até que suas irmãs mais novas terminassem a faculdade (o que levaria uns bons anos) e ele pudesse passar a presidência para uma delas.

idk. {zourry}Onde histórias criam vida. Descubra agora