Nunca fui bom, repeti tantas vezes que uso do mal que nem saberia como mudar de lado. Não me martirizo por não ser legal, as pessoas são diferentes e talvez esse seja meu jeito de lidar com a vida. Estou tranquilo quanto a mim, acaso ir ao fogo por essa personalidade, irei de boa, à toa, mas confesso que preferia as nuvens, flutuar seria a melhor sensação do que queimar sem nenhuma opção. Meu lado maléfico se resume em não me achar bom o suficiente, destaco essa falta de bondade em não ser amoroso e respeitoso, não sei como ser, e se um dia serei, hoje não me vejo sendo. Talvez a ironia não seja totalmente corrompida pela malvadeza, nem pela falta de sentidos, por outro lado confesso que uso de tal para ser outra pessoa, pensar com outra cabeça e viver outras vidas. São tantas "auto-observações" que me levam ao inferno, que quando faço o bem logo me condeno e lembro quem sou de verdade, talvez se eu aceitasse meu lado cruel pudesse tratá-lo, assim, mudaria minhas atitudes, meus planos, meus caos. Acho que o mal que habita em mim, não passa de mim em outra versão, mais ríspida, mais irônica, mas que me faz bem, e torce por mim e pela minha melhora. Talvez eu deva tratar os meus demônios como amigos, conversar com eles e dizer que não posso mudar o que nunca fui, mas que posso ser o que nunca mostrei, porque no fundo eu sei que sou mais humano que alguém que se diz um bom humano.
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Os relatos de Galvin (Completo)
Ngẫu nhiênE aí, tudo bem? Comigo não estar. Me chamo Galvin, tenho dezessete anos, e isto não é um livro. Talvez até seja, mas depende da subjetividade dos senhores. São relatos da minha vida, basicamente do porquê eu quero que ela chegue ao fim. Vocês vão me...