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Existe uma hora em que eu desabo, nessa hora deixo me romper e a avalanche de lágrimas sai levando meu sofrimento para todo o meu corpo.
Desabo e perco a estrutura, quem visse e soubesse como sou jamais acreditaria nisso que não mostro. Minhas barragens são frágeis, mas visivelmente elas aguentam tudo.
Desabo em desabafo, apenas um diálogo comigo faz enxergar a lama que carrego dentro de mim, essa lama com o tempo me tornou um esgoto sem tratamento de purificação.
Desabar é perigoso, eu posso até parar de respirar e consequentemente levaria alguns comigo, e assim, mesmo sem vida, eu sentiria culpa. Culpa por levar pessoas que não tem culpa da minha mente ser a verdadeira culpada.
A lama seca e o território do meu corpo se prepara para outro desabamento, as barragens do meu ser não podem sustentar tantos rompimentos e, por conta disso, um dia elas me levarão por completo.

Os relatos de Galvin (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora