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não sei a quem direcionar desculpas,
a mim mesmo pelo tempo perdido,
aos meus progenitores pelo vexame,
ao ciúme fraterno pelo medo do mundo,
peço desculpas por tudo,
pelo fragmento de não ter sido,
pelo fragmento desconhecido,
quão inúmeras e irreais ações tive,
submetidas não só a mim,
quis provar e entender,
entendi o motivo de não querer,
perdi o motivo de amar, minha idosa,
não sabia que ia me encontrar, corajosa.
peço perdões por agora ser e entender,
nunca me permiti florescer,
vejo isso tudo tão bem,
era para ser perfeito em sua companhia,
mas me perco em decadência,
lúdico pensar que me autorizaria amar,
mas não faz mais sentindo,
vejo isso tudo tão mal,
não quero me contentar com as perdas,
mas não posso suprimir a gana de viver,
por isso peço desculpas desde agora,
sinto o receio de quando chegar a hora.

Os relatos de Galvin (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora