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Debaixo de uma grande árvore
A sombra protege o meu mármore
Com um abismo de sete palmos feito
Meu depósito está satisfeito.

Desconheço o que é noite
Vago sob o escuro na pernoite
Não reconheço mais o dia
Apenas ouço gemidos e gritaria.

Preso e imóvel debaixo do solo
Por um quarto de fôlego esmolo
Mas não tenho carne para sustentar-me
Pois os vermes estão a devorar-me.

Eu decomposto sustento as raízes
Felizmente não tenho mais cicatrizes
O passar do tempo me leva ao pó
Lembro-me que ninguém desfez o nó.

Estou farto desses vizinhos
Converso tanto e ainda me sinto sozinho
Cruzes se entrelaçam clamando piedade
De gente viva tenho saudade.

Os relatos de Galvin (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora