Os relatos de Galvin (Completo)

poema de adeus.

(7/10)

Eu me sinto incompleto até no final,
Pensei em dez poemas e cá estou eu dando "tchau",
Nesse sétimo me despeço,
Para mim é uma despedida triste, confesso.

Mais do que nunca preciso me abstrair, sorrir, seduzir,
Já disse isso uma vez e torno a repetir,
Eu sem eu mesmo morreria, continuo sem tato nessa mesa vazia,
A cem quilômetros por hora busco sentir alegria.

Refletindo sobre o amor te digo adeus,
Agora falo que alguém deixou de te amar e esse alguém sou eu,
Roda gigante finalmente deixou de girar,
Trouxe-me enjoos e isso eu sinto por um dia te amar.

Minhas perdas fazem eu não me perder,
Tinha uma pedra no meio do caminho e essa pedra me fez ver,
Nesse tempo estava cego e não pensava nessa dor,
E se fizesse alguém sofrer, aí sim eu sentiria o ardor.

Agradecido ao usar minhas partes,
Elas trouxeram essa poética arte,
Não quero ter um todo quantitativo,
Quero ter esses pedaços que em mim estão vivos.

Pedi uma esmola para respirar,
Ansiedade roubou meu eu e quis me matar,
Sorte que sempre dosei de lucidez,
Agora termino esse relato com dosagem de sensatez.

Eu estou desnudo para o mundo,
Eu me sinto vivo, alegre e isso é profundo,
Fui despido e quero que se despeça,
Desse quebra-cabeça alternativo encontrei a última peça.

Agora sai o sol para mim,
Eu sei quem sou, eu sei, nunca me senti feliz assim,
Jogam jogos comigo que fujo dessa situação,
Minha auto-prioridade impede que alguém me leve ao chão.

Digo adeus a quem me lê,
O Galvin pode ser até você,
Para encontrar e saber minha identidade, precisei ser ele,
Agora me encontro livre e totalmente independente dele.

Esse é o final do final,
Escrever tristemente me fez bem e não mal,
Nesse momento definitivamente me despeço,
Do crime de ser um garoto de palavras sou réu confesso.

Então chegamos no esperado final,
O trem-bala parou e isso é banal,
Nesse momento espero ter a melhor versão,
Terminou definitivamente os trilhos da minha estação.