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Olhos claros e nem com clareza posso enxergar, o futuro é próximo e com ele a remonta de um novo ser, mais eficaz, mais decidido e possivelmente mais vivido. Perdi tudo, perdi quem me ensinou amar, por consequência disso também perdi o ar. Reviravoltas sempre constantes, tinha conhecimento, mas não estava preparado, vivendo avançado, sem medo, afastando-me e ignorando conselhos. Tão branco, mas me perco no escuro, pois a escuridão ainda assombra minha pele e amedronta minha mente provocando paranoias e me aprisionando em uma extensa camada de insegurança do querer que me cerca em uma vontade necessária que nem sequer sei se estou pronto, tudo isso ainda é distante e estupidamente não sei dizer o que quero e quando quero, porém insisto e me atiço a tentar para ser comum como os demais. Olho meu reflexo nas águas e não me enxergo, mas a brisa me ajuda, o vento bate e quando bate me arrebato para outro mundo e esqueço completamente o masoquismo de ser eu, isso tudo é fruto do meu auto-desconhecimento ponderado de lucidez pois sem isso estaria mais perdido. Busco ainda me encontrar por que quisera eu ter a inocência sem a pressão de ser alguém, mas está demorando e não tenho mais tempo, perdi tudo, perdi até a capacidade de ter tempo, e o agora tem que ser o momento já que não sei se aguento mais esperar tanto por mim mesmo. Quero buscar me encontrar, tudo que perdi vou reconquistar, mesmo que não seja por completo, ainda detenho os meus medos e recupero a esperança em recuperar o tempo para a verdade, pois claros são os meus olhos só faltam enxergarem.

Os relatos de Galvin (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora