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Deserto, deserto, deserto, estou em um deserto, escasso de água, de nutrientes e de vida. Vagueio entre árvores que mesmo mortas estão vivas, encontro semelhança, por isso ando todos os dias, e vejo meu reflexo em outra vida. Sem ar, respiro, o sol queima meu fôlego, mas não o suficiente para me matar, tem prazer em me torturar, parece eu, por sorte ele vai embora ao luar. Ao luar durmo sem abrigo, camuflado, exposto ao perigo, igual comigo, mas com esses barulhos nem pregar os olhos consigo. Deserto caro deserto, vejo tanto de você em mim, uma metáfora ou comparação perfeita, aposto que você não seja tão ruim assim. Não consigo me adaptar, estou na seca, e minhas vontades estão divididas, mas não posso supri-las enquanto eu estiver perdendo a vida.

Os relatos de Galvin (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora