Capítulo 24

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"Somos todos tolos no amor."

Jane Austen

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O som da porta se fechando foi o alarme que me acordou. A enfermeira que vi logo cedo entrou segurando uma bandeja em mãos.

Já era 12h?

— Você dormiu bastante, espero que esteja melhor. — Ela colocou a bandeja com o prato de comida sobre a mesa ao meu lado. — A dor de cabeça passou? 


— Sim... só estou com fome. — Sorri fraco.


— Isso já está resolvido. — Ela sorriu olhando para o prato de comida na bandeja.


— Eu dormi durante toda manhã?


— Tudo indica que sim. — Ela me olhou tranquilamente. — Vem, deixa eu te ajudar. — A enfermeira me ajudou me sentar na cama. Tentei me movimentar o máximo que consegui até ficar em uma posição melhor. Meu pé esquerdo, o que está engessado, continuou parado e mexi somente o outro.


— Você sabe se alguém veio aqui durante esse tempo?  Se alguém está me acompanhando além da minha mãe? — perguntei.

Ela colocou a bandeja na minha frente e ajudou a me equilibrar para poder comer sozinha. Olhei o prato à minha frente e sorri aliviada ao ver que não teria que comer sopa, mas mesmo assim ele estava enfeitado por legumes e verduras.


— Sim... não tenho certeza, mas o senhor Edward estava na recepção até horas atrás, agora não sei mais... vocês... são namorados? — Quase cuspi a comida quando me engasguei ao ouvir o que a mulher me perguntou.


— NÃO!


— Ohhh! Pensei que eram, mas não precisa ficar assim. — Ela sorriu ao perceber meu constrangimento por ter falado mais alto.


— Me desculpe...


— Não se preocupe, eu sei como funciona esses namoros atuais... — Ela sorriu. — Bem, vou deixar você comer e quando acabar deve chamar. Sua mãe deve vir ficar aqui com você...


Olhamos ao mesmo instante para a porta quando a mesma se abriu.


Era minha mãe...

Ela fechou a porta rapidamente e se aproximou até mim.

— Minha filha! Que bom que está melhor... — Ela se aproximou de mim e se sentou na cadeira ao meu lado. — Obrigada por ter trazido a comida dela, Fernanda — minha mãe falou direcionada a enfermeira que estava de pé ao lado da cama.

— Imagina, senhora Lavínia. Sua filha estava mesmo perguntando se a senhora esteve aqui.

Continuei mexendo minha comida.


Eu estava sendo tratada como uma criança...


O cuidado não é ruim, mas não sabia o que minha mãe iria falar, se desistiu da ideia de me levar de volta para Nova Orleans.


— Como está se sentindo, filha?


— Bom, já vou indo, se precisar de algo é só me chamar. — Fernanda sorriu e se direcionou até a porta.

O garoto do lenço azulOnde histórias criam vida. Descubra agora