Capítulo 11

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"Não existe verdadeira inteligência sem bondade."

Ludwig van Beethoven

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Havia uma pequena ruga de expressão no meio da testa da Kate ao me ouvir dizer e gesticular sinais explicando tudo o que acontecera nos primeiros momentos que eu havia chegado ali, disposta a trabalhar.

— Espera aí... eu estou tentando entender. O Philipe te elogiou? Ou elogiou o que você estava vestida? — Kate perguntou intrigada, se debruçando sobre o balcão enquanto eu preparava um café expresso para ela, entregar a uma cliente que esperava sentada na mesa.

—Ele disse que eu estava linda, também não entendi muito bem.

—Está bem! ou ele foi gentil demais, ou não sabe mentir, porque a sua situação hoje, branquela, principalmente vestida com aquela capa de chuva; que um dia foi amarela, porque agora está parecendo mais uma espiga de milho, do que um amarelo bonito, está extremamente precária e longe do bom gosto para moda, ofuscando a sua beleza — Kate falou, ficando em pé corretamente para pegar a bandeja com o café. — Espera aí, já volto!


Assenti com um gesto de cabeça, e esperei que ela voltasse para continuarmos a nossa conversa.

— Eu achei estranho, mas deve ser nada de mais, e sobre a minha capa de chuva, ela ainda me serve muito bem! E não está nada mal.


— Tudo bem... Mas, continua sendo estranho, ele teve, e terá todos os dias para poder te elogiar, mas hoje, branquela, a sua cara pálida não merece um elogio — Kate falou por fim, ainda olhando para mim.


—Não vou falar que você não esteja com razão.


— Escuta, branquela, quando alguém for realmente querer te elogiar, irá falar que você precisa se alimentar bem, porque está pálida demais. Isso sim é um cuidado.


— Está bem, senhora Kate. — Brinquei com ela, a fazendo revirar os olhos. — Eu só não dormi tão bem essa semana. Nada tão grave.


Ontem. Não consegui dormi bem na noite de ontem.


— E porque não dormiu bem? Estava sentindo algo? estava doente e não me falou? — Kate perguntou, desfazendo o sorriso.


— Não, não foi isso, eu só estava pensativa e preocupada demais.

— Novamente isso! O que está te deixando tão preocupada?

—Não sei exatamente, a minha mãe, as minhas finanças, e outras coisas.


— O garoto do lenço azul também — Kate me interrompeu. — Você está assim porque está pensando muito nele!

Eu estava tentando me enganar, mas não conseguia enganar minha amiga.

O garoto do lenço azulOnde histórias criam vida. Descubra agora