Capítulo 28

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"Se você ama alguma coisa ou alguém, deixe que parta. Se voltar é porque é seu, se não é porque jamais seria."

William Shakespeare

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Edward se afastou e foi buscar a cadeira do outro lado do quarto a arrastando de volta para o lugar onde ele estava antes. Edward estava diferente de todas as vezes que eu o vi, as vestes dele não eram tão casuais como estava costumada vê-lo (e deixava ele ainda mais atraente), pelo contrário, o lenço azul dele combinava com quase tudo que ele vestia, exclusivamente com a jaqueta preta que ele vestia.

A calça escura contrastava com o castanho do cabelo dele. E seus olhos azuis era o destaque de tudo. Edward se sentou na cadeira e relaxou. Mexi um pouco meu pé enquanto o que estava engessado começava coçar. Aquilo sempre incomodava.

-Antes que você me faça suas perguntas, eu quero te perguntar algo primeiro - Edward comentou olhando para um ponto qualquer no chão. Era a primeira vez que eu me sentia mais tranquila estando sozinha com ele, era a primeira vez que Edward disse algo que me levasse a saber mais sobre ele. O que me levaria a isso não seria pela fala dele, mas sim, porque ele começara a ter questionamentos também, o que me levaria a respondê-lo com outras perguntas, ou emendar uma pergunta na outra. Ao menos queria que ele me respondesse tudo, me esclarecesse tudo o que já tinha acontecido.

-Tudo bem. - O olhei, mas ele apenas se encostou nas costas na cadeira e respirou profundamente.

-Eu não sei o que você quer saber e o que vai me perguntar, mas qual a necessidade de querer saber sobre a minha vida?

Demorei um pouco para raciocinar. Eu nunca tinha parado pra pensar nessa questão. Não tinha necessidade, mas eu precisava saber, eu precisava saber quem ele era, eu não podia ficar na dúvida, e criar teorias sobre ele, imaginando se seria algum sequestrador, traficante, ou alguém que eu realmente deveria manter distância.

-Eu preciso saber sobre tudo o que aconteceu desde quando nos vimos na primeira vez, porque pra mim, na minha cabeça, algumas coisas não fazem sentidos, e eu fico pensando nisso e acabo criando certas teorias.

-Esse é um dos motivos pelo qual você me acha estranho e misterioso?
- Ele me observou.

-Sim, eu tenho motivos suficientes pra isso.

-Então, esclareça suas dúvidas. O que quer saber?

-Desde o começo. - Me movi um pouco na cama, tentando ficar sentada, Edward ficou atento a cada movimento meu e hora ou outra ele massageava seu punho esquerdo. - Onde você estava quando me salvou de ser atropelada? Quero dizer... Você estava próximo? Estava me observando? Como percebeu que eu poderia ser atropelada?

-Eu não sou um vidente Luara, se é isso que quer saber, e se você não acredita em coincidências, destino ou qualquer outra coisa semelhante, acredite que essa é a explicação mais lógica pra isso.

Antes eu falasse algo ele me interrompeu.

-Eu ainda não acabei, não me interrompa antes que eu termine de falar, vou explicar a você todos meus passos até eu ter feito a ação de te puxar. Não me interrompa, por favor.

Continuei calada apenas o observando.

-Bem, Eu não me lembro exatamente de tudo, mas naquele dia eu estava indo no Barnes & Coffee conversar com o Philipe, o seu chefe, sobre alguns assuntos. E eu estava com pressa, pois iria fazer uma viagem, mas eu precisava resolver algumas coisas antes, e aconteceu que quando eu atravessei a rua em uma faixa antes da que você estava, eu vi que você estava prestando atenção no seu celular, como de costume, jovens desatentos, e em um movimento impulsivo quando me dei conta eu já estava te puxando no mesmo momento que os carros passaram.

O garoto do lenço azulOnde histórias criam vida. Descubra agora