Capítulo 31

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"A sabedoria não está em não falhar ou sofrer, mas usar nossas falhas para amadurecer e nosso sofrimento para compreender a dor dos outros."

Augusto Cury

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Eu tinha certeza que seria difícil convencer minha mãe de que eu sabia o que queria para mim. Mas não pensei que seria tão complicado do jeito que foi. Continuei tentando limpar as lágrimas com a mão, mas ficava cada vez mais difícil pelo tanto que eu chorava. Estava tudo ficando difícil. Nem quis prestar totalmente atenção para o lugar que eu estava indo. E nem liguei se Edward estava do meu lado. Simplesmente comecei a chorar sem previsão de quando iria parar.


E se realmente o que minha mãe tinha falado, era verdade? Ela afirmou com todas as letras que eu deveria voltar para Nova Orleans porque minha avó estava muito doente. Mas se fosse realmente um caso grave, ela deveria ter falado desde o começo, e por qual motivo não falou nada?

E o pior, onde ela iria ficar? O que realmente ela teria feito? Iria morar aqui em Oxford?

Ela tinha falado que iria voltar para Nova Orleans.

Muita coisa eu não estava entendendo. Ter que tomar essa decisão de ir morar na casa do Edward, mesmo que fosse por alguns dias, e não ter mais contato com minha mãe, era perturbador. Eu só conseguia chorar.

Edward estacionou o carro em uma rua desconhecida, mas não desceu do carro. Ele continuou olhando para mim. Olhei para ele sem ânimo, Edward continuou me avaliando e depois saiu do carro, fazendo a volta e indo para o meu lado. Ele abriu a porta do meu lado e me estendeu a mão. Olhei para onde estávamos. A casa a nossa frente não parecia tão grande, era de arquitetura rústica, era bonita, mas não me pareceu tão grande como pensei ser.

- É aqui onde você mora? - perguntei enquanto ainda fungava o nariz.

- Não, mas vou te ajudar a descer.

- É o quê? Você vai me deixar aqui?! Sozinha? Quem você é?! - comecei a gritar.

- Calma, Luara! Só me dê a mão, vou te ajudar a ficar em pé.

Ele me ajudou a sair do carro, mesmo com o gesso no pé consegui ficar equilibrada me segurando no Edward.

Edward olhou para mim profundamente. Não dava para decifrar o que ele transmitia naquele momento. Mas comecei a ficar apavorada, mesmo que minha tentativa de disfarçar fosse falha.Ele me tomou em seus braços com um abraço. Um abraço caloroso e apertado. O que me fez chorar ainda mais. Voltei chorar com mais força ainda, e dessa vez era no peito do Edward. Quanto mais eu fungava, ele me envolvia em seus braços.

O abraço dele me transmitiu uma sensação melhor. Não sabia explicar o que era. Mas era bom, me fez ficar em paz, me fez ficar quieta, parar por um instante, e apenas respirar. Quando comecei recuperar o fôlego, Edward me deu espaço para eu poder me afastar. Olhei para ele um pouco mais calma. Edward permaneceu no mesmo lugar e estendeu a mão direita sobre meu rosto, limpando as lágrimas.

- Eu não aguentava mais te ver chorar - ele pronunciou e colocou as mãos no bolso da calça jeans. Continuei imóvel. Sem saber o que falar, sem saber como reagir. Olhei para os olhos dele. Os olhos azuis. Azul era uma cor que me lembrava do Edward. Principalmente dos olhos dele.

- Está melhor? - ele perguntou. Apenas afirmei com a cabeça. O jeito que ele me olhava ficara diferente, não era como se ele tivesse pena de mim, mas ele me passava paz. Continuei fissurada nos olhos dele. Mas não pude evitar olhar os lábios.

O garoto do lenço azulOnde histórias criam vida. Descubra agora