"Somos todos tolos no amor."Jane Austen
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Edward suspirou frustrado quando saímos do quarto hotel que também tinha todos os quartos ocupados, e não conseguimos nos hospedar. Ele pareceu mais desapontado com isso do que eu mesma aparentava estar. Continuamos caminhando pela Bourbon Street, que tinha os bares, restaurantes e hotéis lotados, que preenchiam os espaços livres da rua com os ruídos e os sons de jazz vindo de dentro de cada estabelecimento. Não tinha como pegarmos outro táxi, pois nem sabíamos para onde iríamos. Paramos na calçada de um restaurante quando eu já não conseguia andar de tanto cansaço.
—Me desculpe. — Edward repetiu essa frase pelas minhas contas umas 20 vezes desde que saímos do primeiro hotel desapontados. — Eu esqueci completamente desse detalhe. E Justo o detalhe mais importante! Me desculpe… — Repetiu novamente. — Eu tinha que ter previsto isso, na verdade, era o que iríamos precisar.
Me aproximei dele e deixei a minha mala estacionada ao meu lado, ele fez o mesmo.
—Isso não é culpa sua. Sério mesmo. — Sorri na tentativa que aquilo fosse acalma-lo. — Eu que deveria ter lembrado disso, já que conheço esse lugar melhor que você. Mas vamos encontrar um quarto vago. — Disse decidida e ele assentiu parecendo um pouco mais calmo.
—Ok. Então, para onde vamos agora? Já entramos em todos os hotéis?
Um grupo de turistas passou por nós tirando selfies e conversando entre si, enquanto apontava para as artes decorativas das sacadas e portões de algumas casas.
—Claro que não! — Sorri. — Hotel e pousadas é o que mais tem aqui. Mas, vamos comer alguma coisa primeiro, eu estou faminta e o outro hotel fica na outra rua, preciso recarregar minhas energias para conseguir chegar até lá.
—Vamos entrar aqui então. — Ele falou apontando discretamente para o restaurante a nossa frente.
Olhamos em sincronia para as malas em nossas mãos e sorrimos.—Vamos ter que entrar com elas. — Ele afirmou e eu sorri desacreditada do nosso desespero.
—Então vamos lá.
Edward seguiu arrastando a sua mala pela calçada e segurando a minha bolsa de mão amarela (o que mais chamava a atenção das pessoas que passava por nós), e eu o segui, arrastando a minha mala.
Fomos recepcionados por um dos funcionários que olhou estranhamente para nossas malas, mas disfarçou assim que Edward pediu uma mesa para dois. Por sorte o lugar não estava tão cheio e conseguimos uma mesa privilegiada que tinha a janela de vidro em direção a rua (o restaurante era na esquina, o que facilitou ter janelas em bons locais). Edward fez o nosso pedido e eu continuei olhando para a rua que movimentava pela janela, sem prestar muita atenção em quem olhava para nós ou o barulho das mesas vizinhas. Deixamos nossas malas o mais próximo possível de nós, para que ninguém reclamasse que estava atrapalhando a passagem.
—Eu nunca imaginei e esperei que isso aconteceria comigo. — Comentei ainda com os olhos fixos em algumas pessoas comuns que caminhavam pela calçada com os celulares nas mãos. — Voltar para Nova Orleans acompanhada por alguém muito importante e extremamente cortês comigo. — Sorri e encarei os olhos azuis a minha frente. — Você até carregou a minha bolsa amarela hoje.
Edward revirou os olhos e eu continuei sorrindo.
—Me agradeça muito por isso. — Disse em um tom manso.
—Eu estou imensamente agradecida. — Sorri ainda mais e Edward não conseguiu disfarçar a sua vontade de rir também. — Onde aprendeu a carregar bolsa de mulheres? Fazia isso nos seus relacionamentos?
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O garoto do lenço azul
Roman d'amourCansada da sua vida monótona, convivendo com a sua mãe em Nova Orleans. Luara Thompson, decide mudar o rumo da sua vida, com uma decisão importante no dia do seu aniversário. Decidida a correr em busca dos seus sonhos, ela encontrará obstáculos e de...