"Fazer todo bem que se possa, amar sobretudo a liberdade e, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade."
Ludwig van Beethoven
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Edward finalmente teve alta do hospital na manhã do dia seguinte. Ele pareceu um pouco mais aliviado assim que chegou em sua residência. Cristian tinha ido buscá-lo no hospital e eu o acompanhei em tudo. Depois de um delicioso café da manhã, com muitas frutas e sucos que eu e minha amiga Kate tínhamos preparado para comemorar a boa recuperação do Edward e agradecer por ele estar bem e vivo.
Ele pareceu mais tranquilo, em vista dos dois que passou no hospital, e não fez questão de mencionar nada sobre o quarto de música dele, e nem entrou lá. Edward passou boa parte da sua manhã sentado na cadeira confortável da cozinha na companhia do seu amigo e ambos falavam sobre um único assunto: as partituras que Cristian estava estudando para a sua última apresentação do ano, que seria em Londres.
Enquanto isso, eu e minha amiga nos ocupamos em falar das novidades do Barnes & Coffee e todas as fofocas sobre o que estava acontecendo lá. Kate também me ajudou a fazer o almoço, mas em nenhum momento ela tocou no assunto do Edward. Depois que ela e o Cris foram embora, eu e o Ed ficamos na sala assistindo TV, sentados em sofás separados.
Percebi o quanto Edward estava calado e parecia incomodado com algo. Ele deitou no sofá e fechou os olhos, parecia totalmente distante.
— Está tudo bem? — perguntei, abaixando o volume da TV olhando diretamente para ele que continuou com os olhos fechados com um dos braços curvados sobre a cabeça.
— Pode pegar algum analgésico para mim? Minha cabeça voltou a doer.
— Claro! Claro! — Corri até a cozinha e peguei um dos remédios que ele costumava tomar para dor de cabeça, juntamente com um copo d’água.
Voltei para sala e ofereci o remédio ao Edward que se sentou com um pouco de dificuldade.— Você parecia melhor de manhã. Por que as dores voltaram de repente? — questionei.
— Na verdade, eu estava com dor de cabeça de manhã, mas era leve, nada que incomodasse. Mas agora ela está incomodando. E eu não disse nada antes, porque não queria ficar mais um dia no hospital. — Me entregou o copo de vidro e voltou se recostar no sofá.
— Você é muito teimoso — resmunguei.
— Me ajuda a chegar no meu quarto. — Ele pediu.
— Uhum. — Concordei e ofereci meu braço para ele se apoiar enquanto seguíamos caminhando até chegar na escada. Fiz com que ele passasse um dos braços em volta dos meus ombros e sustentasse metade do peso do seu corpo em mim.
Assim que chegamos na porta do seu quarto, suspirei aliviada e deixei que ele abrisse a porta. Entrei depois dele e o segui até que ele deitasse na enorme cama de casal que havia no meio do quarto. Enquanto ele colocava as pernas para debaixo do cobertor azul escuro, eu visualizei de relance o design daquele lugar e a arrumação, e não deixei de notar o quanto ele gostava da cor azul, e o quanto essa cor combinava com ele e até mesmo poderia deixar o lugar elegante.
Mas não era nada exagerado e chamativo. O jogo de cama era azul escuro com detalhes preto. A cortina também era azul, mas uma tonalidade um pouco mais clara, porém o que me chamou atenção era que nada parecia infantil, pelo contrário, o azul era sofisticado, assim como o próprio Edward era, e eu percebi que talvez aquela era a cor que mais o marcava, principalmente a tonalidade do azul dos seus olhos.
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O garoto do lenço azul
RomansaCansada da sua vida monótona, convivendo com a sua mãe em Nova Orleans. Luara Thompson, decide mudar o rumo da sua vida, com uma decisão importante no dia do seu aniversário. Decidida a correr em busca dos seus sonhos, ela encontrará obstáculos e de...