Capítulo 3

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— Pode falar — pego um livro qualquer em cima da estante

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— Pode falar — pego um livro qualquer em cima da estante.

Ela se senta na beira da cama e me olha por alguns segundos antes de falar algo.

— Eu sei que ainda está muito chateado, mas espero que entenda. — Ela respira fundo e eu tento adivinhar o que se passa em sua mente — Querido... você tem uma irmã, seu pai me contou a pouco tempo, e é por isso que estamos aqui. — Soltou a bomba.

— Como? — arregalo os olhos por alguns segundos e do nada começo a rir, talvez seja apenas brincadeira. — Está brincando, né? — Enterro as mãos sobre o cabelo.

— Ethan, estou falando sério. — Sua feição parece seria.

— Não tem como isso. — Resmungo deixando o livro cair no chão — Quantos anos ela tem? — Tento me recompor.

— Dezesseis anos. — Sussurra.

— Dezesseis? Ele é louco então além de destruir a minha vida, ele te traiu? — Eu estou totalmente alterado e sinto que a qualquer momento eu vou sair e saltar de um penhasco.

— Ethan, eu sei, que seu pai errou. Porém, sua irmã não tem culpa
— Ela estende os braços pedindo um abraço.

— Eu não tenho irmã! — Retruco apertando-a sobre meus braços.

— Querido, não fale assim. — Ela me repreende com seu olhar severo.

— Tanto faz. — Suspiro ao me desprender de seu abraço.

— Eu preciso sair para assinar alguns papéis da casa, por favor não faça besteira e se comporte. — Dona Kate, minha mãe deposita um beijo em minha testa.

— Eu não sou mais criança mãe! — Reviro os olhos.

— Sim, você é, pelo menos para mim. —  Ela fala antes de sair do quarto.

Respiro fundo e fecho a porta do quarto, meus olhos param sobre o violão escuro encostado ao fundo guarda-roupa. Com um pouco de êxito me levanto lentamente pegando o instrumento em minhas mãos olho se está afinado e logo as primeiras notas saem do instrumento de madeira com cordas de aço.
Já faz uns 2 anos que eu havia deixado a música de lado, não tenho um motivo específico para continuar tocando ou cantando e de alguma forma eu perdi toda inspiração e esperança que eu já tive um dia. Eu já deveria ter vendido ou doado a alguém, porém minha mãe nunca aceita essa escolha e então ela sempre dá um jeito de guardá-lo, patético eu sei.
Ouço o toque de cada corda soar pelo quarto dando uma leve harmonia a este lugar quieto e escuro, talvez eu tenha perdido o jeito de tocar, mas não me parece difícil.

— Ethan? — Ouço uma voz familiar.

— Quem é? — Guardo rapidamente o violão e o deixo debaixo da cama.

— Sou eu Aaron. — Abro a porta, e encontro um Aaron com uma cara nada boa, ele me parece abatido.

— Entra — Estendo as mãos dando lugar para que o mesmo possa passar. Espero ele sentar-se antes de fazer qualquer pergunta — Aconteceu algo? — Pergunto abrindo as cortinas do quarto para dar um pouco de luz.

Eu Cristão?Onde histórias criam vida. Descubra agora