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Cansado de tanto jogar folhas e mais folhas no chão, desisto de tentar compor, música não é para mim, assim como poesia, artes, basquete e skate. Parece que em nada sou bom. É horrível se sentir inútil sem nada para fazer, apenas uma mente vazia e vaga com seus pensamentos perdidos e confusos, e a catastrófica vida de um Jovem prestes a completar seus 18 anos, o que não faz diferença alguma. Pois, ainda assim, me pareço com uma criança imatura cheia de defeitos, irônico não? Pergunto-me: o que será de mim sem minha mãe? Talvez eu até tenha a pior vida do mundo, aliás eu tenho a pior vida do mundo, mas eu paro para pensar: o que seria de mim? Eu seria eu mesmo ou seria um sem caráter igual meu pai? Ou igual os outros garotos metidos a Bad Boys? E em algum momento eu paro de pensar? Minha mente é uma confusão em constante trabalho, parece que nunca para, o que devo fazer para acabar com tudo isso?
— Ei garotão, vamos jogar? — Meu tio aparece de repente na porta do quarto.
— Você está me chamando para jogar? — Estranho o fato de meu tio me convidar, até porque isso raramente acontece, a não ser hoje.
— Exatamente, eu seu tio, irmão da sua mãe. Agora vamos ou vai ficar aí de bobeira? — Ele mostra o taco em suas mãos.
— Mas, não acha que o gelo que está lá fora não já deve estar descongelamento? — Arqueio as sobrancelhas.
— O clima ainda está frio, ande pare de ser medroso. — Ele me chama.
— Tudo bem, até porque o que daria de errado? — Sorrio vestindo um moletom grosso, a neve parou de cair, mas ainda sim, está frio.
Caminhamos em direção ao grande lago da praça próxima a nossa rua, faz um bom tempo que não venho aqui. Quase não saio de casa, então é óbvio que não vim aqui. Sorrio gentilmente ao ver um pequeno garoto brincando com um homem, provavelmente seu pai, os dois dão altas gargalhadas enquanto o pequeno garoto joga a bola de futebol americano, isso me fez lembrar de alguns momentos junto ao meu pai, pena que tudo muda, e quem pensamos ser nunca foi quem sempre achávamos que era. Desvio meu olhar, pois meu tio chama minha atenção, jogando o taco para mim para que eu possa agarra-lo. Com pouco esforço a pego com a mão direita e seguro firme em seu tronco.
— Vamos lá, Ethan, tenha bom ânimo. — Meu tio grita escorregando no gelo facilmente.
Eu até estou melhorando no Hóquei, mas acho que nunca vou alcançar meu tio, mesmo sendo mais velho que eu, não perde sua habilidade, no esporte isso é admirável e também me faz lembrar de Brian que sempre se dedica muito e manda muito bem no jogo. Porém, ainda sim, o capitão do time é Jacob o valentão ou posso dizer o babacão.
— Dessa vez eu venci. — Grito animando erguendo as mãos para o alto com semblante de campeão.
De repente ouço um estralo vindo do gelo e lentamente olho para meus pés que se mantém parados enquanto o gelo está trincado de várias maneiras. Olho para o meu tio assustado.
