Eu Cristão?

𝗣𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼

Um momento, um acaso. A vida de Ethan pode ser tão normal quanto a de qualquer pessoa. Certamente nem tudo é como queremos e muito menos como imaginamos, um jovem que não acredita em algo que não vê, mas que todos sabemos que existe. Seu temperamento nada razoável pode incomodar qualquer um.

Ethan Peterson tem um passado que prefere deixar oculto e se possível guardado a sete chaves, seu passado lhe preocupa, porém, nunca o impede de viver uma vida normal como a de qualquer outro adolescente. Aos catorze anos havia se mudado para uma nova cidade, após o divórcio de seus pais.
Mas a vida lhe prega uma peça e repentinamente Ethan precisará voltar para Boston, sua cidade natal.

— Mãe, me passa aquela jaqueta preta ali. — Ethan pede a sua mãe, dona Kate, enquanto, ainda arruma a mala.

A ideia da viagem de volta para Boston não alegra em nada o jovem rapaz que, ao invés de estar animado, está desmotivado.

— Claro, querido. — Kate tenta o animar, mas nada funciona.

Dona Kate sabe que não será fácil para Ethan ter que voltar para aquela cidade, ela sabe que as lembranças irão voltar, no entanto, é a única forma de vencer o medo e rancor que há no coração de seu filho.

— Mãe, vamos antes que eu mude o trajeto. — resmunga carregando a mala para o carro.

— Ethan, eu quero que entenda que, é para o seu bem, você sabe que eu me importo com você, eu sou sua mãe! — Kate desabafa e Ethan revira os olhos, como de costume.

— Suponho que já acabou o discursinho, não é, mãe? — Ironiza.

— Ethan, chega! — Esbraveja pós tanta rebeldia.

Ethan não se importa com o que os outros pensam, seus pensamentos são confusos e não existe nada para assegurar de que as coisas irão mudar, não tem nada e muito menos alguém que possa o ajudar e mesmo se tivesse ele não aceitaria a ideia de ser ajudado. Arriscar sua vida? Não. Ignorar seu passado? Sim.
Calma... Isto está totalmente errado. Ignorar o passado? Deixar tudo para trás? É certo que seja melhor esquecer o que não faz bem, embora ainda deva ser difícil, mas o que custa arriscar? Acreditar em alguém que nos ama e que foi capaz de entregar seu único filho por amor de nós. O que custa confiar em quem não vemos? De certa forma, ninguém o viu, sem dúvida é quase impossível acreditar em um ser que jamais vimos, no entanto, podemos sentir seu amor imenso sobre a vida de cada ser humano.
Apesar de Ethan não acreditar em algo que se tornou tão estúpido para ele, Deus o escolheu para algo maior, coisas que farão parte da sua vida. Parece impossível, não é?

— Não se preocupe isso irá te ajudar a vencer todas essas barreiras que se acomodam aí dentro, querido. — Kate olha para Ethan, com seu olhar compreensível ao chegar em sua antiga casa, no dia seguinte.

— Isso não importa, mãe — resmunga com seu mau-humor de sempre.

— Ethan! — Contesta sua mãe, enquanto o jovem apenas a ignora entrando na casa.

— Ótimo terei que aturar essa vidinha de merda! — É seu primeiro pensamento ao entrar na casa.

Ele entra em seu antigo quarto, após ter cumprimentado seu tio, Aiden. Agora jogado na cama com o celular em mãos, seus olhos logo param sobre o teto branco da casa, a janela de vidro reflete a luz solar de um belo por do sol. Em um pulo se levanta deixando o aparelho por cima da cama, ele não se sente preparado, não de novo, seu passado o persegue por mais que tente escapar, ao sentir aquele ar que não sentiria a algum tempo tem a certeza que prefere esquecer tudo, mas sabe que não irá conseguir.
A ansiedade e o medo de tudo acontecer novamente o tortura, por mais que tente ser forte, ainda assim, é tão frágil quanto um mero copo de vidro. Seus olhos prestes a marejar, cansado e destruído por dentro, pensava: a ferida irá sarar?

— E aí garotão, sua mãe mandou você tomar um banho que logo a janta irá sair. — Seu tio, Aiden, anuncia.

— Tudo bem — só agora percebera que o sol já sumiu de sua vista.

Não se preocupe, isto é apenas o começo de tudo, o início de uma história de decisões e escolhas, uma vida em jogo direcionada para um único alvo.

Esteja preparado(a) para conhecer a história de Ethan Peterson.