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Estou tão nervoso que se não, fosse algo de tamanha urgência com certeza já teria caído no chão duro. Respiro fundo e fico ao lado de Tessa, ela é como uma irmã para mim e é terrível vê-lá em uma situação como essa. O médico se aproxima com as/os demais enfermeiros(as), arregalo os olhos percebendo que Tessa acabou de agarrar minha mão se eu não morrer agora não morrei jamais. Com longos minutos conseguimos ouvir o choro da criança, Tessa sorri um pouco pálida e bastante suada e eu apenas retribuo o gesto.
— Me deixe ver minha filha! — Tessa exclamou rapidamente.
— Senhora... — A enfermeira foi interrompida.
— Eu preciso vê-la antes que... apenas me dê! — A mulher põe a bebê sobre os braços de Tessa que logo deposita um beijo na testa de sua filha. — Ethan, me prometa uma coisa. — Olho sem entender.
— O que está querendo insinuar? — Pergunto preocupado e logo ouço os aparelhos alarmarem.
— Rápido, tire a criança daqui preciso... o senhor não pode ficar aqui saia por favor. — O médico fala exatamente para mim.
— Não. Isso não pode... — Tessa abre seus pequenos olhos e em sussurro tenta falar.
— Cuide da Tifanny... p-ara mim, eu sei que você s-será um bom pai, confio em você... D-diga a ela... o quanto eu a amo. — O aparelho mais uma vez apita, porém, dessa vez definitivamente. Fecho os olhos e sinto as lágrimas se formarem sobre meu rosto.
— Horário que veio a óbito? — O médico assina um papel sobre a prancheta. — Sinto muito, infelizmente ela não resistiu. — Assinto ainda desolado.
Parece que tudo ao meu redor está girando, tento segurar as lágrimas que insistem em descer. O que vou fazer agora? Por quê? Por que logo ela? Eu já perdi pessoas demais e agora tenho que cuidar de uma criança sem mãe, sem o amor de uma mãe, eu não vou conseguir principalmente sozinho. Como vou olhar nos olhos de uma criança e dizer "Sua mãe morreu, após o seu parto", mas que porcaria mesmo. Saio da sala minha visão continua turva e quase não vejo nada.
[...]
E lá está apenas a matéria que restou de um ser humano, meus amigos me dão palavras de conforto a qual ainda assim não revolve nada, nada fará trazer Tessa de volta, sinto mais uma vez meu coração perfurado como se uma adaga estivesse cravada bem ao meio dele. Olho ao redor para tentar distrair minha mente enquanto respiro parece que até mesmo respirar dói.
— Alguém tem algumas palavras a declarar? — Um pastor que Pietro fez questão de trazer para fazer os últimos procedimentos do velório pergunta depois de já ter feito a maioria dos esclarecimentos.
— Tessa foi uma das pessoas incríveis que conheci, acredito que não só para mim, mas apenas pelos poucos meses que ela esteve ao nosso lado nos mostrou o quão forte ela era e como ainda assim em meio a todas as tempestades da vida podemos ser felizes ou pelo menos fazer o melhor para que isso venha acontecer. Eu acredito que agora ela vá estar em um lugar melhor, pois antes mesmo de isso acontecer ela creu em Jesus Cristo e na salvação que ele tem para nos dar, então amigos, familiares e colegas que cada perda também venha servir de ensinamento para que venhamos aprender a valorizar e amar mais o próximo. Essas são as minhas palavras, sou grato a Deus pela oportunidade te ter conhecido, Tessa Dark. — Pietro se pronuncia firme. — Ethan? — Suspiro andando para mais próximo do corpo sem vida.
