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Com certeza estou ficando paranoico ou quem sabe até mesmo louco. Não podia ser Pietro até porque a estatura que eu vi é bem diferente da dele, e também não pode ter sido os meninos, mas quem seria? Se já não bastasse minha vidinha tosca ainda tenho que me preocupar com minhas loucuras eu preciso parar com isso já, no entanto, como posso fugir dessa ansiedade que me cerca? O medo ainda está em mim, ele faz parte do que sou, por mais que eu queira que tudo isso mude nada é capaz de acabar com meus traumas. Sinto-me tão cansado de ser algo que nunca fui, fingir estar bem quando nunca estive, colocar um sorriso no rosto mesmo sabendo que não há um pingo de alegria. Ninguém vê, ninguém sente, ninguém sabe, mas, eu sei, eu sei das noites em que passei acordado procurando um alívio, um alicerce, um socorro, um abraço e muitas vezes eu quero ser ajudado, porém, não consigo isso não está em mim, contar meus problemas para outras pessoas, para quê? Não vai adiantar em nada elas não podem tirar a dor que está em meu peito. Eu sinto muito pela minha mãe, pois, realmente sou um ingrato eu queria, na verdade, eu quero ser melhor mais não consigo, por mais que tente não consigo.
— Não é, Ethan? — Louisa pergunta e eu a olho confuso, talvez por eu estar viajando?
— Como? O quê? — Desvio meu olhar do chão a qual eu encaro a alguns minutos.
— Estou falando da faculdade. Você vai fazer, não é? — Ela dá um gole em seu suco de laranja.
— Acho que sim. — Dou de ombros.
— Claro que vai, você só não é nerd porque é descoladinho, né não? — Reviro os olhos com a piada sem graça de Louisa.
— Não começa. — Resmungo enquanto corto a carne com os talheres.
— Meu sobrinho é dedicado. — Há, tá!— está indo muito bem, se continuar a se dedicar mais no esporte você irá ter uma boa carreira garoto. — Meu tio se encosta na cadeira.
— Não sei meu menino sempre gostou de música, mas ele está mais para médico. — Eu olho para minha mãe, ridicularizado.
— Médico? Desde quando eu tenho cara de médico, mãe? — Questiono e ela me olha soslaio.
— Desde quando você brincava com... nada, bom ninguém. — Ele sorri nervosa. Eu sei o que você ia falar mãe.
O clima está um pouco estranho, então a melhor alternativa agora é subir para o meu quarto, Louisa parece estar confusa e provavelmente curiosa. Não sei porque este assunto veio até nós não comentamos sobre isso a anos, e estava melhor assim, mas parece que o passado volta para me atormentar. Que droga! As vezes acho que a vida só é injusta comigo até eu ver a vida dos meus amigos e perceber que não é bem assim, todos temos um problema, embora eu sinta que os meus são bem mais difíceis de serem resolvidos.
[...]
— Preparado, Ethan? — Jacob fala em tom de deboche.
— Se eu não estivesse você acredita que eu estaria aqui? — Retruco sem paciência.
