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— Ethan, eu só quero conversar. — Ouço seu suspiro.
— Eu não tenho nada para conversar com você. — Respondo frio.
— Eu só preciso de 5 minutos. — Insiste. — Abaixo o livro e coloco em cima da mesa, cruzo os braços encarando-o seriamente. — Sei que é meio estranho eu vir até aqui, na verdade, eu não imaginava que teria coragem de voltar, mas eu sou seu pai. E sei o quanto falhei nessa missão, no entanto, não quero que continue assim sei que te tratei mal assim que você chegou. Mas ainda assim você é meu filho e eu só quero pedir perdão por tudo. Eu sinto mui... — Interrompo com uma risada irônica.
— Sente mesmo ou é só encenação? — Aperto minha mão por de baixo da mesa. — Eu não me importo com as porcarias de suas palavras ou seu discursinho decorado, e você não é meu pai nunca foi e nem será. Te odeio com todas as minhas forças, você é um traidor, e disso jamais irei me esquecer. — Sinto todo o ódio em minhas palavras. — O que você quer? Acha mesmo que eu vou cair nesse seu papinho idiota? Está enganado, esqueça que eu existo. Você é um mostro! — Vejo sua cabeça baixa, levanto da mesa deixo o dinheiro sobre a mesma e saio sem olhar para trás.
Meus olhos ardem de ódio, minhas mãos estão vermelhas e meu ar está mais pesado que o normal. Não posso desmoronar não agora nem muito menos aqui, queria poder esquecer todas as feridas que a vida causou, infelizmente isso não sai de mim. As palavras ainda passeiam sobre minha mente, quem ele pensa que é? A alguns meses bateu em minha porta para me rebaixar e agora quer dar um de pai arrependido? Hipócrita! Cada dia que passa sinto mais ódio e repulsa de tudo que Philip já me fez passar, eu o odeio com todas as minhas forças, prefiro morrer do que vê-lo novamente.
— Aaaah! — Grito irritado sentindo as poucas gotas de chuva que começam a cair.
Eu não me importo com a direção que estou tomando só quero sumir, sumir do mundo e do caus. Que está dentro de mim. Simplesmente me odeio, odeio a vida que tenho. Por que eu não poderia morrer agora? Me jogar da mais alta ponte talvez? Mas, ainda sim, sinto medo de morrer, quando o ar me falta sobre os pulmões, eu sinto o medo vir e me consumir por completo. Eu sou tão fraco e estúpido.
Sinto as gotas de água engrossaram e caírem sobre mim como uma surra nas costas, o vento frio e o céu escuro parece até que o dia está a me testar.
— Um belo dia para chover. — Retruco com ironia. — Que droga, hein... Que droga! — Sussurro para mim mesmo.
— Ethan, o que faz aqui na chuva? — Lorenna se aproxima com um guarda-chuva transparente.
— Tomando banho que não é. — Respondo com ironia, só me falta essa agora.
— Poderia ser um pouco mais educado. — Ouço a loira suspirar.
— Até queria, porém, algumas pessoas não ajudam. — Lanço a indireta.
— Poxa! Ethan, só estou tentando ser legal com você, poderíamos pelo menos voltarmos a ser amigos? Mas você não facilita. — Ela se aproxima com seu guarda-chuva, mas eu logo me afasto.
— Não quero nada que venha de você, na verdade, eu não preciso. Pode por favor me deixar em paz? Eu estou com minha vida maravilhosamente ferrada, e não estou com cabeça para aturar suas picuinhas, então faça-me o favor de sumir. — Falo tudo que está entalado na minha garganta a um bom tempo. — Sabe o que acontece? Você é uma tonta, Lorenna, eu te odeio, assim como todos os outros, que só entraram na minha vida para destruir tudo, e você deveria simplesmente esquecer que eu existo, e viver sua vidinha de merda. Por que você insiste em algo que não existe mais! — Minha voz soa totalmente alterada.
— Ainda vai se arrepender de tudo, Ethan, eu vou te ver no fundo do poço. Seu lugar é lá. — Exclama com desprezo.
Sinto meu sangue ferver e minhas mãos esquentarem, aperto o braço com força para tentar não deixar escapar toda a raiva que estou sentindo. Sinto-me totalmente frustrado comigo mesmo, talvez a culpa realmente seja minha, é sempre assim. Odeio tudo isso, tudo que eu vivo nunca passa é sempre o mesmo quando penso que as coisas irão mudar elas só pioram, é como se todos meus problemas me carregassem sobre ondas agitadas, sempre será a mesma tempestade de sempre o mesmo mar agitado, que preciso percorrer, mas eu não tenho mais forças, estou esgotado. Eu me odeio, odeio tudo isso!
[...]
— Ethan, onde estava? Te liguei o dia todo. — Minha mãe pergunta enquanto eu passo pela sala.
— Podemos conversar depois. — Subo para o meu quarto, antes que ela possa falar algo.
Jogo-me sobre a cama e encaro o teto minha mente está em uma confusão extrema. Olho para estante de livros...
— Mas que porcaria! — Como pude me esquecer do livro? Lembro-me do livro que deixei na cafeteira. — O que é agora? — Meu smartphone toca.
— Quem é? — Atendo sem ao menos olhar o contato.
— Sou eu, Ethan... — Consigo ouvir a voz embargada do outro lado da linha. — Acho que vou... — A ligação cai, percebo de quem é a voz. James!
Apresso-me e saio correndo de escada abaixo como se a qualquer momento eu fosse criar asas e voar.
— Onde está indo? — Kate, minha mãe pergunta.
— Urgência! — Fecho a porta e sem querer ela acaba batendo com certa brutalidade.
Começo a correr igual um louco pela rua deserta da noite, minha respiração está ofegante e o ar bem abafado mesmo assim preciso correr ainda mais rápido. Acelero meus passos em forma de corrida, puxo todo o ar que tenho sobre o pulmão e suspiro aliviado ao ver a casa de James em menos de 5 metros de distância. Toco a campainha enquanto tento recuperar o fôlego, minha camisa está totalmente molhada de suor, isso parece nojento, mas o que vale mais que um amigo?
Ninguém irá abrir? E se ele...
Olho para a janela e vejo a luz acesa, é a única solução. Subo pelos galhos da grande árvore e com muita dificuldade alcanço o telhado, me equilibro sobre a laje e me agarro a janela.
— James? — Pulo a janela, que por sorte está aberta. — Onde você está? — Observo todo o local do quarto e o vejo sentado no chão se balançando para frente e para trás.
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Hello people!
Quase não publicava hoje, mas hoje é Natal não poderia faltar.