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𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗖𝗮𝗿𝘀𝗼𝗻 ➫ 𝑁𝐴𝑅𝑅𝐴𝑁𝐷𝑂.
A vida pode ser um pouco pior do que o esperado, imagine estar preso por uma corrente que se chama problemas que te prendem causando certo desespero e pressão. É tão ruim quando pessoas que amamos se machucam ao ponto de ferirem ambas as mesma. Um tamanho desespero percorre por todo seu ser, a raiva, o rancor e a tristeza consomem parte do que somos nos causando medo e insegurança até um ponto que não conseguimos mais acreditar que possa haver uma solução. Talvez não tenha.
— Pare de querer mandar em tudo sozinho! — Mais uma vez minha mãe grita irritada.
— Eu estou sendo responsável, coisa que você nunca se importou. — Um grito estridente sai do meu pai.
— Quem nunca se importou foi você... quando foi que se preocupou de verdade com a nossa família e os nossos filhos? A culpa é toda sua, caso contrário, teríamos nossa filha conosco e o Aaron não teria se tornado um garoto tão rebelde. — A ira ressoa sobre mim e acabo jogando o porta-retrato de vidro no chão. — Aaron, está tudo bem? — Abro a porta do quarto e desço até a sala encontrando os seres que chamo pais.
— A pergunta é se vocês estão bem. — Suspiro passando a mão sobre o rosto. — Estou cansado disso tudo... será que podemos agir como uma família normal? Parece que tudo gira em torno de uma coisa só, estão agindo da pior forma possível se acham mesmo que vão conseguir resolver algo dessa forma estão enganos. Não me esperem, irei dormir fora. — Abro a porta de caso sem pensar duas vezes.
Ponho minhas mãos sobre os bolsos laterais do meu moletom preto, caminhando em direção a um único lugar onde posso achar abrigo ou pelo menos tem sido meu escape quando as coisas desmoronam na minha casa. Sinto o ódio e uma pontada de tristeza dentro de mim, me sufocando de dentro para fora e mal consigo respirar. O ar parece tão rarefeito ou é minha respiração que está pesada? Meus passos se alargam cada vez mais ao sentir o vento frio de Boston durante uma noite escura, não tem nenhuma estrela no céu, o que é estranho, mas não há nada mais intrigante que minha vida miserável. Toco a campainha da casa onde sempre gosto de me refugiar.
— Aaron, amigo do Pietro, certo? — A mãe do próprio pergunta após abrir a porta.
— Sim, sou eu. Ele está? — Balanço o meu corpo lentamente na esperança que o frio vá embora.
— Não, ele não está, foi à igreja. Se quiser espera-lo pode entrar a noite está fria não seria nada bom ficar muito tempo aí fora. — Dou um sorriso sem graça enquanto a senhora a minha frente fala em um tom de preocupação.
— Obrigado pela gentileza senhora Thompson, mas eu preciso ir. Avise-o que estive aqui. — Ela balança a cabeça em confirmação.
Saio sem olhar para trás e volto a caminhar, tenho uma sensação estranha de que talvez alguém esteja me seguindo, mas isso é só impressão minha. Viro os olhos por todo o lado da rua e olho para trás, porém não tem absolutamente nada, suspiro caminhando ainda mais rápido dessa vez para a casa do Ethan. E novamente toco a campainha.
