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— Vocês se conhecem? — Minha mãe pergunta com sua testa franzida.
— Por incrível que pareça sim. — Respondo seco.
— Que sorte não? — A garota me olha ironicamente.
— Muita sorte. — Retruco, e minha mãe me olha com repreensão.
— Bem, vamos todos para mesa o jantar já está pronto. — Minha mãe nos arrasta até a sala de jantar.
— Nossa, amei sua casa tia. — A menina de olhos castanhos fala.
— Tia? — Pergunto incrédulo.
— Ethan, por favor não começa. — Eu tento não demonstra ciúmes.
— Eu não fiz nada eu só falei — A garota interrompe.
— Tá com ciúmes, Ethan? — Ela pergunta em tom de deboche.
— Claro que não, até parece que eu teria ciúmes. — Resmungo me servindo.
— Ainda bem! — Louisa sorri de canto.
— Crianças por favor não briguem. — Meu tio aparece na cozinha logo nos acompanhado.
Não vou mentir é chato ter que observar minha mãe e Louisa conversarem, até porque eu não a suporto, por mais que ela seja minha irmã e pode até ser pura coincidência. Evidentemente ainda sim, isso me deixa encasquetado com tantas informações. Eu mal consigo assimilar a situação direito eu, e Louisa como irmãos é semelhante a água e óleo não se juntam por mais que tentem se misturar. Eu estou rodeado de pensamentos que não sei explicar de forma alguma, por mais que eu tenha nascido em Boston eu sento que aqui não é meu lugar, na verdade nenhum lugar eu posso chamar: "De meu". Talvez eu esteja apenas confuso ou me sentindo pressionado, eu apenas tento prestar atenção em tudo que minha mãe e Louisa falam, tio Aiden logo também entra na conversa, risadas são ouvidas pelos três.
Levanto-me da mesa após mal ter mexido na comida, vou até à cozinha e ponho o objeto de vidro na pia, com dificuldade passo pela sala de jantar fazendo o mínimo barulho para que minha mãe não me chame, tudo que eu quero é me trancar no quarto, não tem alternativa melhor a não ser essa.
— Ethan, volte aqui. — Minha mãe me chama, e agora percebo que meu plano não está dando muito certo.
— Eu estou indo para o quarto, mãe! —Resmungo passando a mão direita no cabelo, acho que geralmente faço isso por frustração, deve ser isso.
— Ah, não rapaz sente-se aqui, venha conhecer sua irmã direito — Dessa vez era meu tio que me chama.
— Pode ter certeza essa é a última coisa que eu quero. — Cruzo os braços e logo recebo um olhar de reprovação de minha mãe e meio relutante me sento na mesa novamente.
— Então, irmãozinho. — Sinto uma pontada de ironia em sua voz — Por que se trancar no quarto? Você não me parecia anti-social na escola. — Sim, eu tenho a certeza que Louisa está usando tom de ironia.
