SAM (Mais Forte Que O Mundo)

Capítulo 9.

Bryan e eu fomos caminhando por aquele bairro que aos poucos ia sendo lembrado por mim,dava para notar as pequenas mudanças e os mínimos detalhes reconstruídos depois do incidente. Esse era o percurso que a gente fazia até a escola...também foi por aqui onde passei naquele dia quando estava dominado pela raiva.

...quando chegamos em frente ao colégio minha mente é dominada pelas lembranças...

— Sam. — Bryan chama minha atenção — Talvez esse seja o último lugar que queira visitar,mas...

— ...foi completamente reconstruído. — Observo maravilhado a estrutura da escola — Me sinto culpado agora.

— Vê?...agora tem rampa para os deficientes e vários outros benefícios que antes não tinham.

— Bryan,eu quase destruí esse lugar,não tenho um pingo de orgulho disso.

— Eu sei,mas sabendo como está agora não te causa um alívio?. — Ele sorri.

— Talvez. — Respondo — Mas e o que aconteceu depois?.

— Os alunos tiveram que ser transferidos para outras escolas enquanto as reformas iniciavam.

— E a Tanisha? como ela está?.

— Eu infelizmente nunca mais a vi depois do incidente.

— Joey?. — Sussurro.

A princípio ele seria o causador de todo isso,suas últimas provocações foram o suficiente para despertar o pior em mim. Por mais que eu tivesse todos os motivos para culpa-lo ele não sabia de absolutamente nada.

— Sua família se mudou da cidade a muito tempo. — Bryan responde — Mas quem se importa com aquele idiota?

— Eu me importo.

— O que? Sam?...ele provocou você.

— Eu poderia ter matado ele. — Falo rapidamente — ...ele ou qualquer outra pessoa.

— ... — Bryan fica em silêncio.

— Posso ser tudo,menos um monstro.

— Acho que estraguei tudo. — Ele faz uma cara constrangida — Desculpe ter te trazido aqui.

— Você não estragou tudo e nem foi um erro ter me trazido. — Digo expressando positividade — Podemos recomeçar tudo de novo.

— Certo. — Bryan se anima — Que tal irmos a cafeteria?...talvez você me ensine a ter autocontrole.

— Não é tão fácil quanto parece. — Sorrio.

...

Foi legal saber que a escola se reergueu e pôde continuar funcionando,mas o trauma ainda permanece,principalmente para aqueles que não estavam preparados. Bryan me leva até a cafeteria,sentamos em uma mesa e começamos a conversar. O lugar e as pessoas me transmitiam uma sensação de calma,mas por não estar acostumado me sentia um pouco desconfortável.

— Aqui eles tem o melhor capuccino de chocolate,o gosto pode até soar clichê,mas acredite,você não vai esquecer o sabor.

— Você costuma vir aqui?. — Pergunto de forma curiosa.

— Sempre que posso. — Bryan responde com um sorriso — É um lugar calmo e todo mundo que frequenta parece ter algo em comum.

— Devia ter convidado seus amigos. — Comento animado — Quem sabe nós não teríamos algo em comum.

— Eu não... — Ele de repente fica em silêncio.

— Espera. — O encaro — Você não tem amigos?.

— Bom,eu tenho uns conhecidos no trabalho...mas é só no trabalho.

— Mas por qual motivo?. — Questiono — Com certeza não é por falta de carisma.

— Digamos que fazer amigos está em segundo plano.

— Mas não fez falta ter alguém para conversar?.

— Sam,só teve uma pessoa que realmente fez falta. — Ele me observa.

...estando envergonhado olho para uma direção oposta. Meu olhar vai direto para seu antebraço engessado,Bryan já fez tanta coisa legal por mim que até fico sem graça,talvez eu devesse retribui de certa forma.

— Coloca o seu braço na mesa. — Falo.

— Meu braço?. — Ele estranha.

— É...quero te mostrar uma coisa.

Bryan faz o que eu peço e coloca seu braço na mesa,em seguida apoio minha mão cuidadosamente em seu gesso e de forma concentrada respiro fundo. Absolutamente ninguém percebia o que se passava ali,logo nossa mesa estava um pouco afastada...

...eu podia sentir o osso lesionado como se ele fizesse parte de mim. Em outras palavras eu estava transferindo sua dor para o meu braço...logo lhe curo como se tivesse curando a mim mesmo até não restar nada além de um leve formigamento.

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(Continua No Próximo Capítulo)