Capítulo 12.

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Ao voltar para o apartamento sento no sofá com uma expressão pensativa,o breve encontro que tive com a detetive Miller ainda me deixava inquieto. Eu pensava em ligar para o meu pai e pedir um concelho,mas meu senso paranóico dizia que alguém poderia ouvir a conversa.

...como nos filmes de agentes secretos...

Quando me vejo encurralado por pensamentos negativos decido fechar os olhos e meditar. O estado elevado de concentração me permitia sentir todo o meu corpo,os pulmões se enchendo de ar,o coração batendo,o sangue circulando para diferentes partes...

Além disso eu também sentia os objetos que estavam ao meu redor,mas de forma repentina o ciclo de concentração é quebrado pelo toque do telefone. Abro os olhos e observo fixamente o aparelho na parede,levanto do sofá e vou até ele...

— Alô. — Falo meio apreensivo.

— Sam,filho. — Era o meu pai.

—Eu até pensava em ligar para você. — Sorrio.

— Como está?.

— Bem...

— Que bom...seu tio lhe mandou um abraço e um juízo de brinde para Daniele.

— Nós estamos precisando. — Brinco.

— Eu tenho tantas perguntas,mas me contento só de saber que está bem.

— Pai,eu fui na nossa antiga casa.

— Foi?.

— É,eu até me encontrei com o Bryan.

— Sinto tanta saudade daquele lugar. — Ouço ele soltar um suspiro.

— Ela está do mesmo jeito que nós deixamos...os rumores de que é assombrada afastava as pessoas por isso continua intacta.

— E Bryan? ele ainda continua com aquele estilo punk?.

— Não,ele mudou muito,mas basicamente continua do mesmo jeito.

...logo nossas risadas seguidas de um silêncio agradável...

Mas nossa conversa mal tinha começado,de forma resumida conto para ele o que eu tenho vivido até agora. Preferi não contar sobre a detetive Miller,ele poderia se preocupar então busquei outro assunto.

Quando finalizo a ligação um sentimento bom me invade...

...

Eu permaneci ali encarando o telefone como se esperasse algo,não tinha muita coisa para fazer ali,sem Daniele por perto seu apartamento ganha um aspecto tedioso. O número de Bryan me vem em mente,talvez fosse legal conversar com ele já que praticamente mal aproveitamos o passeio.

...a meditação havia me ajudado e com um pouco mais coragem começo a discar seu número...

— Oi Sam. — Ele atende segundos depois.

— Como sabia que era eu?. — Pergunto curioso.

— É que ninguém costuma ligar para cá então deduzi que era você.

— Você tem uma forte intuição. — Falo sorridente.

— Nah,foi só uma coincidência. — Ouço ele rir.

...do nada fico sem ter o que falar,milhares assuntos poderiam vir,mas eu simplesmente travo...

— Ei Sam,ainda está ai?.

— Sim estou...desculpe.

— E sobre aquele compromisso que você mencionou?. — Ele questiona — Conseguiu o emprego?

— Outra pessoa já foi contratada.

— Que pena,eu queria poder ajudar de alguma forma.

— Tudo bem.

— Sobre aquela detetive. — Bryan muda de assunto — Você ainda acha que ela pode estar te procurando?.

— Eu tenho certeza. — Respondo — Ela pode não ter me reconhecido,mas talvez seja só questão de tempo até descobrir.

— E você pretende fazer alguma coisa?.

— Eu pensei em ficar no apartamento por algum tempo e...

— Você vai se isolar de novo?.

...sinto um leve desapontamento em seu tom...

— Bryan,eu não tenho escolha. — Solto um suspiro.

— Como quer recomeçar se está sempre se escondendo?.

— E o que você sugere?. — Faço uma expressão séria.

— Que se divirta saindo comigo hoje a noite.

— Mas...

— Vamos,você merece isso mais do que qualquer outra pessoa.

Talvez eu estivesse me limitando muito,os anos isolado do mundo não foram nada saudáveis e praticamente estou fazendo o mesmo aqui. A melhor coisa que tenho que fazer é ao menos me permitir essa experiência...

— Certo,eu saio com você. — Falo.

— Ótimo. — Sinto seu entusiasmo — Hoje a noite vai ter uma feira na praça do centro...artesanato,roupas,comidas...tudo que você imaginar.

— É uma ótima ideia. — Sorrio.

— Então te encontro lá às seis?.

— Está marcado.

...eu mal podia esperar por isso...

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(Continua No Próximo Capítulo)

SAM (Mais Forte Que O Mundo)Onde histórias criam vida. Descubra agora