capítulo 18: nos seus sonhos.

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Abro meus olhos lentamente. Sinto uma leve brisa bater em meu rosto e minhas primeira reação é dar um suspiro de alivio.

Olho para cima e vejo que estou debaixo de uma árvore. Ela fazia sombra o bastante para que o sol não alcançasse parte nenhuma do meu corpo. O dia estava lindo, ensolarado, e tão em paz..

- Papai!! - Ouço uma voz doce, e juntamente a ela passos que correm rápido na grama. Olho para trás do tronco da árvore e vejo uma garotinha correr em minha direção. Ela tinha cabelos negros e ondulados, olhos caramelo e uma pele clara. Ela tropeçava algumas vezes enquanto corria, e quando viu que eu a observava, ela sorriu. - PAPAI! Mamãe disse que podemos ir ao parque mais tarde!

Olhei para ela de forma confusa, e ela continuou falando em tom animado. Julgo que ela deve ter entre 5 e 6 anos. Por que ela está me chamando de pai?

- Se o senhor for com a gente, podemos comprar lámen na volta, a mamãe disse! - Ela falou enquanto sacudia as mãos.

Eu me levanto sem dar muita atenção ao que a menina está falando. Olho na direção na qual ela havia surgido, e me surpreendo ao ver uma simples casa de madeira a distância. Ela não era muito grande, mas era muito bonita, e parecia um tanto confortável.

Isso não está certo... Estou alucinando? Entrei em coma?

Olho para minhas mãos e minhas roupas, e me espanto levemente. Esse não sou eu. Não são as roupas que eu estava vestindo e essas não são minhas mãos.

Eu desmaiei enquanto sangrava, eu tenho certeza. O que está acontecendo?

- Papai! Você está ouvindo? - Ouço a garotinha perguntar enquanto faz uma cara emburrada.

Contra minha vontade, sinto meu corpo se mover. Faço uma cafuné na cabeça da menina e sorrio. - Estou sim, querida, e sim, podemos sair mais tarde. - Falo vendo ela abrir um grande sorriso.

Não, não fui eu que falei. Estou tão confuso...

Olho novamente para a casa, e vejo uma mulher passar pela porta. - O almoço está pronto! Venham antes que esfrie!

- Mamãe está chamando. - A menininha falou enquanto olhava em direção a casa. - Ela fez frango grelhado, vamos vamos! - Ela correu para casa, e eu a acompanhei em passos calmos.

A criança passou pela porta, mas a mulher permaneceu lá. Me aproximei dela, vendo ela me observar com um expressão de ternura, mas logo voltando o olhar para a garotinha, que tirava os sapatos desajeitadamente antes de correr para outro cômodo da casa enquanto cantarolava algumas canções. A mulher sorri. - Mia está tão feliz... Faz um tempo que não saímos em família.

Eu subo um dos degraus da pequena escada que havia ali, e me apoio no corrimão de madeira. - Perdão por isso... Eu deveria ter ficado com vocês quando eu tinha tempo, mas agora...

A moça deu um sorriso triste. - Você não escolheu essa doença, não peça desculpas como se fosse o culpado... - Ela tocou minha bochecha. Parecia estar segurando as lágrimas. - Vamos apenas... Aproveitar, está bem? Somos uma família, e isso não vai mudar.

Eu balancei a cabeça, colocando minha mão sobre a dela. - Vai ser os melhores últimos momentos das nossas vidas.

Eu estou triste.

De quem é essa visão que eu estou tendo? Não consigo entender. É do Kisamatsuna? Ou apenas um sonho mesmo?

Ouvimos a garotinha chamar. Então a mulher passa a mão no rosto para secar as lágrimas e anda até dentro de casa. Eu acompanho e nós vamos para a mesa. Me sento ao lado da mulher e vejo a criança brincar com os talheres.

Não Sou Eu Quem Me Controla - Demon Slayer/ Kimetsu No Yaiba (Em Correção)Onde histórias criam vida. Descubra agora