14. TROLLS!

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POUCO MAIS tarde, eles estavam deitados de lado, de frente um para o outro: Jonas com as calças um pouco abaixo dos quadris e ela, com o lenço enrolado no corpo.

Ela o viu se mover e levantar da cama. Foi até a janela e observou os navios que saiam e chegavam do porto. Claudia deixou a cama, ainda enrolada no lenço, e vai por trás dele, passando uma mão pela cintura de Jonas.

— Jonas?

— Sim?

— Está pensando o quê? — ela indagou, baixinho. — Fiz algo errado?

— Não. Nós tivemos um ótimo momento, não foi?

— Eu achei o mesmo.

— Não sei qual foi a ultima vez que algo assim aconteceu comigo, que eu me senti tão fora de controle. — o tom de voz dele estava monocórdico e apático.

— Então me parece que você tem que procurar estar menos no controle.

Jonas mexeu o corpo, virando-se de modo que ficaram a face a face. Não havia lua e nem estrelas no céu. O quarto estava escuro, e apenas as chamas pálidas e cambaleantes das velas permitiam um ver a fisionomia do outro. Não havia nada na de Jonas. Claudia odiava aquela ausência de expressão. Ele estava muito acostumado a manter uma pequena distancia para conservar um senso de equilíbrio. De controle.

— Talvez.

Não era contra ao que estava sentindo por Claudia que estava lutando. Mas contra a sensação estranha de contentamento.

Ele não namorava ninguém, não é? Isadora havia morrido e mesmo quando namoravam, tudo não passara de fachada. Os dois haviam sido obrigados a namorar por suas famílias. Nunca se gostaram. Nem conversavam direito.

Qual era a questão então? E por que estava pensando naquilo agora?

Afastou o passado para o fundo da mente e concentrou-se na garota a sua frente. Os braços dele entrelaçaram a cintura dela e ambos colaram as testas.

— Seus braços — ela murmurou. — Parece que conheço tão bem. Como se eu tivesse nascido para eles. Você não sente isso, Jonas?

Era um exagero. Era piegas demais. Era clichê. Era ridículo. Mas era verdade. Como se fossem feitos para ficarem juntos. Como se a alma dele estivesse ligado ao dela.

E ele não poderia estar mais feliz.

— Eu sinto.

— Sempre foi comum que durante as aulas eu pegasse você olhando direto pra mim, sabe. — ela comentou.

— É mesmo?

Ela não conseguiu controlar um sorriso.

— Sim, você olhava.

Ele não respondeu nada, mas Claudia não se importou. Ela abraçou o pescoço dele ao mesmo tempo em que juntava sua boca a de Jonas. A resposta dele foi imediata. O rapaz a puxou mais pela cintura, reduzindo a distancia a pouca distancia entre eles, retribuindo o beijo, devorando a boca dela com vontade.

Caramba, ele poderia passar o dia inteiro beijando Claudia.

Queria aquilo para sempre. Queria ela pelo resto de sua vida.

— Você vai passar a noite comigo hoje? — ela perguntou, entre os beijos.

— Vou. — Jonas a pegou no colo, sem avisar.

Claudia o viu a levar para a cama e se deitar, a levando com ele. Ela se aninhou debaixo do queixo de Jonas, fechando os olhos, achando maravilhoso estar sozinha com ele.

As Crônicas Darwich - Sombra de Loki (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora